De acordo com o documento, em 2022 e 2023, houve uma descida de quatro pontos percentuais do número de assassinatos de jornalistas que passaram impunes face a 2018 e de 10 pontos face a 2012.
A UNESCO registou 162 assassinatos de jornalistas e trabalhadores do setor da comunicação em 2022 e 2023, traduzindo-se num aumento de 38% face a 2020 e 2021.
Para esta subida, a agência das Nações Unidas destaca o impacto das mortes em zonas de conflito que, com 44 mortes em 2023, atingiu o número mais alto desde 2018.
Nos países que não estão a viver um conflito armado, “houve um pico significativo em 2022, com 60 assassinatos, o número mais alto alguma vez registado pela UNESCO”, que no ano seguinte contrastou com o total anual (30) mais baixo desde 2008.
Em 2022, o México foi palco do maior número de assassinatos de jornalistas, com 19 casos, seguindo-se Ucrânia (11) e Haiti (nove), enquanto no ano passado a Palestina registou 24 mortes de jornalistas, à frente de México (sete) e Guatemala (cinco).
No biénio em análise, nos países lusófonos contaram-se quatro mortes: três no Brasil e uma em Moçambique.
Desde o início deste registo pela UNESCO, em 2006, apenas 210 casos foram considerados resolvidos, num tempo de espera médio de quatro anos.
Num comunicado que acompanha o relatório, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, pediu aos Estados-membros para “fazerem mais para assegurar que estes crimes nunca passam impunes”.
“Em 2022 e 2023, um jornalista foi assassinado a cada quatro dias apenas por fazer o seu trabalho de procurar a verdade. Para a vasta maioria destes casos, ninguém será responsabilizado. Apelo a todos os Estados-membros para fazerem mais para assegurar que estes crimes nunca passam impunes”, afirmou.
“Acusar e sentenciar estes perpetradores é uma alavanca enorme para prevenir futuros ataques a jornalistas”, acrescentou a responsável.
Lusa