O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, disse hoje que permanecem nos centros de acolhimento cerca de 260 pessoas provisoriamente desalojadas na sequência dos incêndios que deflagraram na segunda-feira no concelho.
Devido aos vários fogos que fustigaram o Funchal, um concelho ainda hoje afetado pelas chamas, cerca de mil pessoas tiveram de ser retiradas das suas habitações, de dois hospitais, dois lares de idosos, duas clínicas e duas unidades hoteleiras, tendo ficado alojadas no Regimento de Guarnição n.º3 (quartel) e em várias instituições em São Martinho.
O autarca salientou que algumas destas pessoas poderão regressar às suas habitações depois de efetuadas as vistorias para aferir a segurança, mas sublinhou que terão de ser encontradas soluções para os moradores de casas que ficaram totalmente danificadas.
O responsável salientou que a solução tem de ser encontrada em conjunto com o Governo Regional da Madeira, podendo passar pelo mercado de arrendamento e pelo parque habitacional social, que neste momento não tem muita capacidade de resposta.
"Não me posso comprometer com prazo de regularização e normalização. Não temos capacidade total para satisfazer em termos financeiros. Espero depois da reunião com o primeiro-ministro ter mais alguma resposta", afirmou.
Porém, "para já, essas pessoas terão de ficar em centros de acolhimento".
Paulo Cafôfo referiu que estão ainda duas frentes ativas no concelho, na zona de São João Latrão, na freguesia de São Gonçalo, e no Parque Ecológico, mas são fogos de "menor intensidade", porque as condições climatéricas (vento e temperatura) são mais favoráveis.
Segundo o autarca, o problema nestes dois focos é a dificuldade de acessos.
No caso de São João Latrão, são "zonas de escarpa a que os bombeiros não têm qualquer hipótese de aceder" e estão a ser utilizadas máquinas escavadoras.
Sobre o Parque Ecológico do Funchal, o autarca indicou que "cerca de 50% já foi consumido pelas chamas".
As equipas estão em vigilância permanente em diferentes zonas, devido à possibilidade de reacendimentos e para evitar que sejam afetadas outras localidade, como as serras de Santo António, fustigadas nos fogos em 2013.
As freguesias mais afetadas foram Santa Luzia e o Monte.
Paulo Cafôfo indicou que estão no terreno mais de 40 operacionais.
O presidente do município desvalorizou as críticas sobre a atuação das forças envolvidas no combate aos incêndios, assegurando que seria ""impossível ou muito difícil fazer melhor com os meios existente e o cansaço latente em todas as corporações".
O município cancelou os licenciamentos para as mais de 100 barracas de comes e bebes das Festas do Monte, o maior arraial da região, na zona alta do concelho.
Apenas a vertente religiosa destas festas vai continuar, tendo o seu ponto alto na segunda-feira.