As vacinas contrafeitas, por vezes misturadas com água, foram administradas entre maio e junho, no pico de uma onda de infeções pelo novo coronavírus no país, com uma média de 1.700 novos casos por dia.
O esquema tinha como alvo os requerentes de vacinas dispostos a pagar pelas suas injeções, numa altura em que o Uganda estava sem doses para a campanha de vacinação gratuita, disse o responsável pelo controlo dos serviços de saúde na presidência, Warren Naamara.
"Indivíduos sem escrúpulos, com a intenção de ganhar dinheiro, enganaram pessoas com falsas vacinas contra a covid-19", disse Naamara, em declarações à AFP. "Dois trabalhadores da saúde foram presos, e um médico está em fuga", disse.
Os testes mostraram que os frascos não continham qualquer produto perigoso, mas "apenas água", disse o responsável.
As vítimas da burla pagaram entre 80.000 e 500.000 xelins ugandeses (entre 21 e 101 euros) por cada vacina.
O Ministério da Saúde disse hoje que o Governo estava a fornecer gratuitamente vacinas covid-19 aprovadas em locais de vacinação designados.
Desde 18 de junho, as infeções e mortes dispararam no Uganda, onde o Presidente, Yoweri Museveni, ordenou um rigoroso recolher obrigatório e uma paragem de 42 dias nos transportes públicos e privados.
Desde então, o número de infeções diminuiu, com 252 novos casos por dia. Desde o início da pandemia, o Uganda registou 91.162 casos e 2.425 mortes pelo coronavírus, de acordo com os últimos dados das autoridades de saúde.