Em reunião privada de câmara, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, um voto de pesar pelo falecimento do polícia Fábio Guerra, de 26 anos, prestando-lhe homenagem, realçando que se “comportou cívica e profissionalmente com abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública”.
O agente da PSP Fábio Guerra morreu na segunda-feira, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo na madrugada de sábado no exterior de uma discoteca na capital.
“Na madrugada de 19 de março [sábado] ele e três colegas polícias foram selvaticamente agredidos, quando não estando ao serviço, mas com inegável zelo e brio profissional, e inteira dedicação à sua missão de vida, intervieram para pôr cobro a uma grave altercação pública”, é referido no voto de pesar da Câmara de Lisboa, apresentado pelo presidente do município, Carlos Moedas (PSD), pelos restantes eleitos pela coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) e pelos vereadores do PS.
Para o executivo camarário de Lisboa, a atitude dos quatro polícias de procurar assegurar a ordem pública reflete “empenho e determinação exemplar” das forças de segurança.
“Muito tristemente, e em consequência das gravíssimas lesões sofridas, Fábio Micael Serra Guerra acabou por não resistir aos graves ferimentos. Profissional consciente e dedicado até ao fim, sempre ao serviço da nossa comunidade, perdeu assim a vida no cumprimento da sua missão: garantir a nossa segurança e integridade física e manter a ordem pública”, lê-se no voto de pesar.
A câmara reforça que a perda da vida de Fábio Guerra “provoca igualmente uma profunda comoção na cidade de Lisboa por reconhecer neste jovem tão prematuramente falecido o zelo, dedicação e coragem que é apanágio dos homens e mulheres que servem as nossas polícias e Portugal”.
“Assim, a Câmara Municipal de Lisboa presta homenagem ao agente Fábio Guerra, manifestando profundo pesar pelo seu falecimento, expressando à família, aos amigos e à PSP, as mais sentidas condolências. Dando conhecimento deste voto à família, à Direção Nacional da PSP e ao Comando Metropolitano de Lisboa da PSP”, segundo o voto aprovado, por unanimidade, pelo executivo camarário.
Nascido em 03 de maio de 1995, Fábio Guerra era natural da Covilhã, “era o mais velho de duas irmãs – uma delas ainda com quatro anos”, foi furriel no Exército, tendo concluído a sua vida militar ingressando no 15.º curso de formação de agentes da PSP, era efetivo da PSP desde novembro de 2019 e encontrava-se atualmente colocado na 64.ª esquadra da PSP de Alfragide, na Amadora, distrito de Lisboa.
Já na segunda-feira, após a notícia da morte de Fábio Guerra, o presidente da câmara, Carlos Moedas, manifestou “enorme pesar e tristeza” e afirmou que “estas situações de violência não podem ter lugar em Lisboa”, numa publicação na rede social Twitter.
Também na terça-feira, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, por unanimidade, votos de pesar pela morte do agente da PSP, que foram apresentados pelos grupos municipais do PSD, CDS-PP, MPT, PAN e Aliança.
O corpo de Fábio Guerra está a ser hoje trasladado para a Covilhã, num percurso que a PSP quer que seja uma homenagem.
A ministra da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito para apurar os factos relativos à morte do agente e a criação de um Programa Especial de Policiamento de Proximidade visando as zonas de diversão noturna.
Na noite de segunda-feira, a Polícia Judiciária (PJ) deteve três homens, de 24, 22 e 21 anos, suspeitos de envolvimento nas agressões, tendo um deles, civil, sido libertado na terça-feira após ser interrogado pelo Ministério Público. Os outros dois detidos, fuzileiros da Armada, foram hoje interrogados por um juiz de instrução criminal.
A investigação que causou a morte de Fábio Guerra prossegue, mas, até ao momento, não são conhecidas mais detenções.
Lusa