“A Comissão Europeia congratula-se com o acordo alcançado ontem [quinta-feira] à noite pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, assegurando que todos os novos carros e carrinhas registados na Europa estarão isentos de emissões [poluentes] até 2035”, reage o executivo comunitário, num comunicado hoje divulgado.
Lembrando que, “como passo intermédio para as emissões zero, as novas normas de CO2 exigirão também que as emissões médias de carros novos baixem 55 por cento até 2030 e as carrinhas novas 50% até 2030”, a instituição salienta que este acordo é “o primeiro passo” na UE para concretização “dos seus compromissos internacionais em matéria de clima”, dado dias antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27), que se realiza na próxima semana no Egito.
Citado pela nota, o vice-presidente executivo com a pasta do Pacto Ecológico Europeu, Frans Timmermans, fala num “forte sinal à indústria e aos consumidores” de que a UE “está a abraçar a mudança para a mobilidade com emissões zero”.
A UE decidiu na quinta-feira acabar com os veículos com motor de combustão até 2035, no seguimento de um acordo entre o Parlamento Europeu e os Estados-membros sobre esta regulamentação crucial para os objetivos climáticos europeus, que tem agora de ser formalmente adotado pelos colegisladores.
O texto aprovado, baseado em uma proposta da Comissão de julho de 2021, prevê a redução a zero das emissões de dióxido de carbono das viaturas novas na Europa a partir de 2035.
Isto corresponde ao fim das vendas de viaturas e veículos utilitários ligeiros novos a gasolina ou gasóleo na UE nesta data, bem como de híbridos (combustível-elétrico), em proveito dos veículos 100% elétricos.
Apesar de o automóvel, principal modo de deslocação dos europeus, representar um pouco menos de 05% das emissões totais de dióxido de carbono na UE, a nova regulamentação deve contribuir para atingir os objetivos climáticos do continente, em particular para a neutralidade carbónica em 2050.
Este foi o primeiro acordo sobre um texto do pacote climático europeu (‘Fit for 55’), destinado a reduzir em pelo menos 55% até 2030, com referência a 1990, as emissões de gases com efeito de estufa da UE.
No final de junho passado, após um Conselho Europeu em Bruxelas, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu um prolongamento do prazo para a proibição da venda de veículos novos com motor 100% a combustão para acautelar “o suporte” dos cidadãos, sem afetar as metas do pacote climático europeu.
Portugal queria a redução em 100% das emissões apenas em 2040, defendendo para 2035 uma diminuição das emissões poluentes em 90% para os veículos ligeiros de passageiros e em 80% para os ligeiros de mercadorias.