Numa conferência de imprensa, sem direito a perguntas, em Brasília, no Palácio do Planalto, entre os chefes das duas diplomacias que pertencem ao bloco dos BRICS, Mauro Vieira, afirmou que as sanções económicas impostas à Rússia têm “impactos nas economias de todo o mundo, principais dos países em desenvolvimento que ainda não recuperaram da pandemia [de covid-19]”.
“Estamos agradecidos à parte brasileira e estamos agradecendo a posição”, respondeu Lavrov, de acordo com a tradução simultânea.
O chefe da diplomacia russa agradeceu ainda aos parceiros brasileiros pela cordialidade, confiança e amizade e pelos “princípios de igualdade e respeito e que não dependem de mudanças de conjuntura mundial”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo elogiou ainda as visões do “Brasil e da Rússia, que são únicas” em relação a uma “ordem mundial mais justa, correta, baseando-se no direito”, numa “visão de mundo multipolar”.
Lavrov criticou as sanções unilaterais e afirmou que “não são legítimas e estão a impedir o trabalho de várias organizações”.
“Os colegas do ocidente querem manter”, frisou.
Ainda assim, do lado brasileiro, Mauro Viera frisou que a posição é de um “cessar-fogo imediato” e que o Brasil quer “contribuir para uma solução pacífica do conflito” e facilitar a mediação de “negociações entre Rússia e Ucrânia”.
O governante russo, ao elogiar o Presidente brasileiro, Lula da Silva, e a sua política externa, afirmou ser a “favor da participação do Brasil como membro permanente” no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Mauro Vieira disse ainda que “Lavrov entregou igualmente ao Presidente [Vladimir] Putin o convite do Presidente Lula para organizar uma visita oficial à Rússia”.
“Trabalharemos para identificar datas convenientes para ambos os lados", afirmou o ministro das Relações Exteriores brasileiro.