Cerca de meia centena de dirigentes, delegados e bombeiros sapadores estiveram hoje de manhã concentrados junto à residência oficial do primeiro-ministro, onde deixaram um documento com cerca de uma dezena de reivindicações.
“Esta é a última oportunidade para este Governo ainda em gestão, que poderia repor alguma justiça, dando um sinal de que os bombeiros não estão esquecidos”, disse à Lusa José Seita, representante da plataforma de bombeiros das autarquias locais.
Entre a lista de reivindicações, José Seita salientou a urgência de atualizar as tabelas remuneratórias e de regulamentar a atribuição de subsídios e suplementos dos sapadores.
“No caso de um bombeiro em início de carreira, se tiramos os suplementos que estão integrados no vencimento base, um bombeiro sapador está com um vencimento base na casa dos 750 euros, o que é claramente inconstitucional”, alertou o também sub-chefe de 1ª classe do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.
Segundo José Seita, a situação poderia ser corrigida se, à semelhança do que aconteceu em 2022 com os assistentes técnicos, os bombeiros também tivessem tido um aumento no vencimento base “na ordem dos 104 euros no salário”.
No entanto, aos bombeiros foi atribuído cerca de metade desse valor e por isso pedem ao Governo os 52 euros que dizem estar em falta.
José Seita salientou que esta é uma reivindicação justa e com muito pouco peso orçamental, uma vez que há apenas cerca de três mil bombeiros sapadores em Portugal.
“Estamos aqui para exigir a reposição da injustiça criada desde 2022, quando houve revisões e valorizações das carreiras gerais da Função Pública”, explicou José Seita, acrescentando que na altura a carreira dos bombeiros sapadores “não foi revista por ser uma carreira especial”, mas houve uma promessa do Governo de que tal iria acontecer.
“No imediato, o que o Governo pode resolver seria a questão de repor a justiça dos 52 euros para nós também”, disse em nome da Plataforma Intersindical dos Bombeiros Sapadores da Administração Local (PIBSAL).
A regulamentação e atribuição de subsídios e suplementos é outra das lutas dos sapadores, que pedem também a revisão da idade de aposentação e o reconhecimento de esta ser uma profissão de desgaste rápido.
José Seita referiu ainda a necessidade de atualizar o subsídio de risco, que está “indevidamente integrado no vencimento base” e “nunca foi atualizado”.
Lembrando que estão “sempre disponíveis”, os bombeiros exigem o acesso a um “subsídio de disponibilidade permanente” e a regulamentação de um subsídio de penosidade e insalubridade, tendo em conta que são expostos diariamente a locais insalubres.
A pouco mais de duas semanas das eleições, outro dos representantes da PIBSAL, Sérgio Carvalho, explicou que o protesto de hoje visa também pedir ao Governo que deixe “preparado um dossier negocial para o próximo governo”.
A PIBSAL é constituída pelos sindicatos representativos dos bombeiros sapadores da Administração Local: Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e Entidades com Fins Públicos, Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais.
Lusa