Mais de 40 mil voluntários vão estar no fim de semana em supermercados de todo o país a pedir às pessoas que contribuam para a próxima campanha do Banco Alimentar Contra a Fome, destinada a apoiar 420 mil pessoas.
“É bom saber que ainda há desejos que podemos tornar realidade” é o tema deste ano da campanha, que vai decorrer entre sexta-feira e domingo em mais de 2.000 supermercados e hipermercados de todo o país, refere o Banco Alimentar Contra a Fome (BACF) num comunicado hoje divulgado.
Segundo a instituição, a ação de recolha de alimentos destina-se a apoiar 420 mil pessoas, através de 2.645 instituições de solidariedade.
O Banco Alimentar conta ainda com o apoio de empresas e entidades, que se associam à causa, disponibilizando equipamentos e serviços, tais como transportes, publicidade, comunicação, seguros, segurança e alimentação.
Um estudo realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa em parceria com o Banco Alimentar e a Entrajuda revela que 67% das famílias apoiadas por instituições de solidariedade têm rendimentos mensais líquidos inferiores a 500 euros.
Em 49% das 1.465 famílias inquiridas no final de 2016, a pessoa que mais contribui financeiramente para o agregado não tem mais do que o primeiro ciclo, refere o relatório, apontando que 63% das famílias apoiadas têm um agregado composto por duas a quatro pessoas.
Quase metade das famílias (48%) tem crianças e jovens a cargo, acrescenta.
“É muito importante não nos esquecermos que, no dia-a-dia, ainda há pessoas que precisam de ajuda para comer, principalmente numa altura como o Natal, onde ter a família reunida à volta de uma mesa é um desejo que nos cabe a nós concretizar”, afirma no comunicado a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet.
Isabel Jonet sublinha que “este ano tem sido particularmente difícil, principalmente para todos quantos estiveram envolvidos nos fogos de verão e outono”.
“Os portugueses têm demonstrado uma enorme generosidade e solidariedade, com numerosos contributos para todas as vítimas”, salienta Isabel Jonet.
Em 2016 foram recolhidos quase 26 milhões de quilos de comida, um “número que, embora elevado, não é suficiente para ajudar todos os que precisam”, refere a instituição.
“Num ano em que já se apelou tantas vezes à solidariedade e generosidade do povo português”, o Banco Alimentar sublinha que “uma pequena contribuição” como um pacote de leite, massa, arroz, azeite ou um enlatado como feijão, atum ou salsichas, “fazem toda a diferença para a instituição e para o quase meio milhão de portugueses” que apoia
Além da recolha de alimentos com voluntários, decorre também a Campanha Ajuda Vale em supermercados e nos postos da Galp e BP, e a campanha online (www.alimentestaideia.pt), que permite a qualquer pessoa apoiar esta causa a partir de casa ou mesmo estando fora do país.
LUSA