“Fui levar o meu filho (de 07 anos) à escola, mas não havia quase alunos. Muitos pais não tinham a certeza que as aulas começavam hoje”, explicou um lusodescendente à Agência Lusa.
Radicado em El Bosque, José Freitas, levou o filho Ismael, à escola na vizinha localidade de Chacao, mas ao contrário do que se passava antes da suspensão, não encontrou trânsito e o estabelecimento “estava praticamente vazio”.
“Há muitas dúvidas sobre se é prudente ou não que as crianças frequentem aulas presenciais, por receio da pandemia de Covid-19. Eu já estou vacinado, mas o meu filho não, porque não há vacinas para a sua idade e a concentração de crianças pode vir a ser um foco de transmissão do novo coronavírus”, explicou.
Por outro lado, Roberto Linares, 22 anos, estudante de administração, explicou que “as aulas presenciais vão ser dois dias por semana”.
“As aulas presenciais fazem-nos falta, o conviver, mas passámos muito tempo isolados, em quarentena, que temos receio do que possa vir a acontecer”, disse à agência Lusa.
Apesar de o início das aulas presenciais estar marcado para hoje, ao contrário do que acontecia no passado, algumas zonas de Caracas registavam pouco trânsito principalmente nas proximidades das escolas.
Em Libertador e Chacao, Caracas, alguns estabelecimentos registavam baixa afluência de alunos, enquanto noutros as portas permaneceram encerradas e sem alunos ao longo da manhã.
Nalgumas escolas eram ainda visíveis cartazes a alertar para a importância de se cumprir as normas de biossegurança e noutras os porteiros indicavam que nos próximos dias haveria jornadas de vacinação nesses estabelecimentos.
Segundo a imprensa venezuelana, pelo menos 8,7 milhões de alunos, do ensino primário e secundário, deveriam ter regressado hoje às aulas presenciais.
Domingo, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que as escolas venezuelanas funcionariam como centros de vacinação de crianças a partir dos 12 anos de idade.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em confinamento preventivo e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.
As autoridades venezuelanas preveem iniciar, a partir de 1 de novembro, um período extenso de flexibilização da quarentena que deverá prolongar-se até 31 de dezembro.
O país contabilizou 4.810 mortes e 400.511 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.