"Cada doente saiu com um intervalo de 20 minutos do Hospital [Central do Funchal]. Não perdemos muito tempo: o primeiro doente partiu cerca das 08:40 do hospital e chegou ao aeroporto [a cerca de 15 quilómetros] às 09:05", disse o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, indicando que o último doente entrou no avião cerca das 11:30.
O governante vincou, em conferência de imprensa no aeroporto, que a operação foi montada com "muita seriedade e muita responsabilidade" pelo Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) e pela Proteção Civil, tendo envolvido ambulâncias de seis corporações de bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa.
"Transferimos 12 doentes, foram os doentes que o staff clínico madeirense e o staff clínico alemão entenderam que estavam em condições de viajar, não porque tivessem más condições de tratamento na Região Autónoma da Madeira, mas por uma questão de humanização, de regressarem rapidamente à sua terra natal, à sua pátria, com a sua língua, com os seus familiares", disse Pedro Ramos.
No Hospital Central do Funchal continua internada uma cidadã alemã, nos cuidados intensivos, bem como o motorista do autocarro e a guia, ambos de nacionalidade portuguesa, sendo o seu estado de saúde considerado estável, mas ainda sem previsão de alta.
O secretário regional da Saúde indicou, por outro lado, que as autópsias às 29 vítimas mortais do acidente estão concluídas, indicando que a identificação deverá estar finalizada dentro de 48 horas, iniciando-se depois o processo de transladação dos corpos.
Pedro Ramos disse que o transporte dos cadáveres é da responsabilidade do Governo português e será feito de uma única vez, mas não há ainda uma data prevista para o efeito.
O acidente com um autocarro turístico ocorrido quarta-feira, no Caniço, concelho de Santa Cruz, provocou 29 mortos. Das 28 vítimas que deram entrada no hospital na sequência do acidente, 11 tiveram alta, uma faleceu e 16 ficaram internadas, das quais 13 foram transferidas para a Alemanha (uma na sexta-feira e 12 hoje).
LUSA