O alegado atentado ocorreu hoje de manhã, no centro da cidade, e os feridos são dois voluntários da ajuda humanitária, de 25 e 28 anos, disse a administração local pró-russa, citada pela agência francesa AFP.
Em declarações à agência russa Ria-Novosti, a nova presidente da câmara instalada pelas tropas de Moscovo, Galina Danilchenko, responsabilizou o Governo da Ucrânia pela explosão, cuja ocorrência não pode ser verificada de forma independente.
“Este é um cínico ato terrorista do regime de Kiev, um ato concebido para assustar os habitantes da nossa cidade, um ato dirigido contra civis”, disse Danilchenko.
Melitopol integra a região administrativa de Zaporijia, em grande parte sob controlo russo, onde está localizada a maior central nuclear da Europa, com seis reatores.
A cidade de Melitopol foi conquistada pelas tropas russas nos primeiros dias da sua ofensiva na Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro.
Em 11 de março, o presidente da câmara de Melitopol, Ivan Fedorov, foi detido pelas forças russas, mas foi libertado alguns dias mais tarde, e uma nova administração pró-russa liderada por Danilchenko foi instalada na cidade.
“O regime de Kiev não se quer habituar à ideia de que o povo de Melitopol não quer ter nada a ver com este poder de Kiev, nós queremos viver uma nova vida, uma outra vida, uma vida pacífica”, disse ainda Danilchenko à Ria-Novosti.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 96.º dia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem ser elevado.
A ONU confirmou até agora a morte de mais de 4.000 civis, mas tem alertado que o balanço será consideravelmente superior por não ter acesso a muitas zonas da Ucrânia.
As tropas russas foram acusadas de cometer crimes de guerra, incluindo em Bucha, perto de Kiev, que estão a ser investigados pela comunidade internacional.
A Rússia nega atacar alvos civis, apesar das imagens de destruição de zonas residenciais de muitas cidades ucranianas.
A região de Zaporijia é adjacente à de Kherson, que está inteiramente sob controlo russo e cuja anexação por Moscovo foi pedida pelas forças pró-russas.
O controlo russo da costa do Mar de Azov (Kherson, Zaporijia e Donetsk), incluindo o porto de Mariupol, proporciona uma ponte terrestre para ligar a Rússia à península da Crimeia, que anexou em 2014.