O comandante de uma unidade de elite do Hezbollah foi morto no “ataque seletivo” das forças israelitas nos arredores de Beirute, disse uma fonte próxima do grupo libanês pró-iraniano.
“O ataque israelita teve como alvo o chefe da força Al-Radwan, Ibrahim Aqil, que foi morto”, disse a fonte não identificada à agência francesa AFP.
Entretanto, as equipas da Defesa Civil libanesa procuram sobreviventes nos escombros de dois edifícios atingidos pelo bombardeamento israelita nos subúrbios do sul de Beirute, conhecidos como Dahye, um importante reduto do grupo xiita Hezbollah.
“Na sequência do desmoronamento de dois edifícios residenciais na zona de Jamous, nos subúrbios do sul de Beirute, em consequência do ataque israelita, equipas especializadas de busca e salvamento da Direção-Geral da Defesa Civil dirigiram-se para o local a partir de vários centros”, declarou a organização na sua conta no X.
O exército libanês está a realizar uma operação de busca para encontrar pessoas desaparecidas que possam estar presas nos escombros, acrescentou a Defesa Civil.
Este é o terceiro bombardeamento realizado por Israel contra Dahye desde o início do fogo cruzado com o Hezbollah, há quase um ano.
Os dois anteriores mataram, respetivamente, o ‘número dois’ da ala política do movimento islâmico palestiniano Hamas, Saleh al Arouri, em janeiro passado, e o principal comandante militar do Hezbollah, Fouad Chokr, no final de julho passado.
A ação de hoje ocorre no meio de uma tensão crescente, depois desta semana duas ondas de explosões simultâneas em milhares de dispositivos de comunicação transportados por membros do Hezbollah matarem 37 pessoas e ferirem quase 3.000 no Líbano.
Ibrahim Aqil, conhecido por ‘Tahsin’, era o ‘número dois’ da ala militar do Hezbollah e era procurado pelos Estados Unidos, segundo a AFP.
‘Tahsin’ é suspeito de envolvimento nos atentados contra a embaixada dos Estados Unidos em Beirute, em abril de 1983, que matou 63 pessoas, e contra os fuzileiros navais norte-americanos, em outubro do mesmo ano, em que morreram 241 militares.
O ataque ocorreu depois de o Hezbollah ter bombardeado hoje Israel com 140 foguetes.
Devido à crescente tensão entre Israel e o Líbano, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiou por um dia a partida para Nova Iorque, inicialmente prevista para 24 de setembro, para participar no debate anual da Assembleia Geral da ONU, disse uma fonte do seu gabinete à AFP.
Lusa