O sistema b Centauro de duas estrelas, localizado a cerca de 325 anos-luz da Terra, na constelação de Centauro, tem pelo menos seis vezes a massa do Sol, "tornando-o de longe o sistema mais maciço em torno do qual um planeta foi confirmado", refere o OES em comunicado.
Além disso, a sua estrela principal "é três vezes mais quente do que o Sol", o que, à partida, seria uma condição hostil à formação de planetas, uma vez que quanto mais quente é uma estrela, mais radiação emite fazendo com que o gás circundante se evapore mais rapidamente.
"Estrelas do tipo B são geralmente consideradas ambientes bastante destrutivos e perigosos, então acreditava-se que deveria ser extremamente difícil formar grandes planetas ao seu redor", assinala, citado no comunicado, o primeiro autor da investigação, Markus Janson, astrónomo da Universidade de Estocolmo, na Suécia.
O planeta que foi descoberto, o ‘b Centauro b’, é um dos mais maciços, tem 10 vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, chegando a orbitar as duas estrelas a uma distância 100 vezes superior à que separa o gigante gasoso do Sol.
Segundo os astrónomos, parece ser a distância que separa o planeta do sistema estelar hospedeiro que explica a sua sobrevivência.
As observações do planeta foram feitas com o telescópio VLT, operado no Chile pelo OES, depois de há mais de 20 anos um outro telescópio do OES o ter captado, mas não permitindo aos astrónomos reconhecerem-no como um planeta.
Os resultados do trabalho que envolveu uma equipa internacional de astrónomos foram hoje publicados na edição digital da revista científica Nature.
A equipa espera obter mais dados sobre a formação e as características do novo planeta com o telescópio ELT, do OES, que será o maior telescópio ótico do mundo, em construção no Chile com a participação de empresas e cientistas portugueses.
Portugal é um dos Estados-Membros do Observatório Europeu do Sul, uma organização astronómica intergovernamental.