"Temos uma quantidade substancial (de doses) já preparada para enviar aos respetivos países", disse Soriot numa conferência de imprensa pela Internet, destacando que é "muito cedo" para fornecer dados concretos sobre entregas futuras.
O administrador-presidente da farmacêutica anglo-sueca, envolvido em polémica com a UE devido ao atraso no cronograma de envio das vacinas acertado para os primeiros meses deste ano, garantiu que a empresa "identificou recursos adicionais" que "irá recolher de outras partes do mundo” para “completar o abastecimento” da União Europeia.
Questionado sobre o acordo comercial celebrado entre a Comissão Europeia e a empresa, Soriot afirmou já ter “dito tudo o que deveria dizer sobre os aspetos jurídicos desse contrato”.
“Estamos a trabalhar vinte e quatro horas por dia para melhorar os nossos ‘stocks’ e temos milhões de doses prontas para iniciar os envios para a União Europeia”, disse o responsável, que comemorou a autorização das autoridades comunitárias como um “grande marco”.
Pascal Soriot garantiu que "a maioria dos problemas" que limitavam o fabrico já foi resolvido, pelo que "a produção deve melhorar rapidamente nos próximos meses".
O diretor do Oxford Vaccine Group, Andrew Pollard, que colaborou com a farmacêutica na criação da vacinação, garantiu por sua vez que a sua eficácia em pessoas com mais de 65 anos deve ser "semelhante" à apresentada em adultos jovens.
Pollard foi questionado na mesma conferência de imprensa pela recomendação da Comissão Alemã de Vacinação de limitar o uso da vacina da empresa anglo-sueca a pessoas de até 65 anos, considerando que não há evidências suficientes para sustentar a sua eficácia acima dessa idade.
“Obviamente, devemos respeitar qualquer decisão dos Estados-Membros (da UE) sobre como querem usar a vacina. Eles podem ter seus próprios comités científicos e tomar suas próprias decisões, com base no melhor interesse da sua população”, acrescentou.
Pollard enfatizou ao mesmo tempo que "não há razão para preocupações com o uso em pessoas mais idosas."
“Os dados de eficácia são um pouco mais limitados em adultos mais idosos, porque essas pessoas são relativamente cautelosas nas áreas onde os ensaios clínicos foram realizados, então temos menos casos para confiar numa estimativa precisa da eficácia”, explicou Pollard.
No entanto, “não há razão para pensar que será diferente do que em adultos jovens”, porque “a resposta imunológica é muito semelhante”.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu hoje “luz verde” à utilização da vacina da farmacêutica AstraZeneca contra a covid-19 na União Europeia, a terceira vacina a ser aprovada pelo regulador europeu, que a considera apropriada para todos os adultos.