O presidente da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) disse ontem não ver "evidência de cartelização" nos voos para a Madeira, vincando que apenas 2% das viagens entre o Continente e a região ultrapassaram os 400 euros.
Ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, Luís Ribeiro frisou que os preços mais elevados dizem respeito a viagens na altura do Natal e do Ano Novo, vincando que, no ano de 2015, o preço médio de uma viagem de ida e volta entre Lisboa e o Funchal ficou nos 268 euros.
"Não vejo qualquer evidência de cartelização do mercado", disse, instado a comentar declarações recentes ao Jornal de Negócios do presidente do Conselho de Administração da ANA – Aeroportos de Portugal, Jorge Ponce de Leão.
Ouvido antes de Luís Ribeiro, Ponce de Leão admitiu perante os deputados ter utilizado uma "expressão inapropriada" em entrevista recente ao Jornal de Negócios ao falar numa oferta cartelizada nos voos para a Madeira.
"Não foi esse o alcance nem intenção das minhas palavras que de forma metafórica se limitavam a constatar uma situação de mercado em que, existindo uma procura com elasticidade limitada pelas circunstâncias e uma oferta condicionada, conduz na prática a um mercado distorcido", declarou, justificando-se pela "expressão inapropriada" que admite que teceu.
A entrevista ao Jornal de Negócios é um dos pretextos da audição do responsável, pedida pelo grupo parlamentar do PS, e também da presença no parlamento do presidente da ANAC.
LUSA