Em resposta enviada à Lusa, a ANA – Aeroportos de Portugal confirma que o Aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo “enfrentou, nos últimos dias, constrangimentos na operação aeroportuária, atrasos e cancelamentos de voos com impacto nos passageiros”.
A gestora aeroportuária confirma ainda que os passageiros “se viram obrigados a ficar no aeroporto”, cuja operação foi afetada pelos ventos fortes que se verificaram sobretudo desde o fim de semana.
A “situação extraordinária”, que se ficou a dever às condições meteorológicas adversas no arquipélago, “tem mobilizado todas as equipas do aeroporto e os seus parceiros, que têm procurado por todos os meios que têm ao seu alcance apoiar os passageiros retidos no aeroporto sem alojamento e sem voo”, garante a ANA.
“As condições meteorológicas já permitem que o aeroporto esteja a operar em pleno, o que possibilita que as companhias aéreas estejam já a regularizar as situações, dando seguimento às viagens dos passageiros que se encontram a aguardar o seu voo”, adianta.
Segundo a gestora aeroportuária, “as equipas do aeroporto ativaram o plano de contingência”, mas o PS, maior partido da oposição no arquipélago, já questionou o Governo Regional da Madeira sobre a sua ativação.
A situação verificada no aeroporto levou o grupo parlamentar do PS/Madeira a remeter um pedido de esclarecimento ao secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus.
No comunicado enviado hoje aos jornalistas, os socialistas questionam precisamente se a ANA “acionou ou não o plano de contingência […], de forma a providenciar todo o apoio necessário aos passageiros afetados”.
Os socialistas perguntam ainda que “medidas extraordinárias foram tomadas para promover um maior conforto aos passageiros retidos”.
Na segunda-feira, a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor disse à Lusa que os direitos dos passageiros aéreos não estão a ser respeitados naquela infraestrutura.
Segundo a ANA, o plano de contingência “contou com reforço de recursos para apoio aos passageiros, instalação de meios no terminal para minimizar o desconforto, como camas, fornecimento de água e bens alimentares, assim como disponibilização de apoio médico permanente, até as companhias aéreas reagendarem novos voos”.
A empresa disse ainda que “todas as informações disponibilizadas pelas companhias aéreas são comunicadas pelo aeroporto”.
Já a DECO registou outra informação, tendo dito na segunda-feira à Lusa que as autoridades competentes do aeroporto não estão a prestar a devida informação aos passageiros.
A ilha da Madeira esteve sob aviso laranja para tempo quente até às 18:00 de segunda-feira (estando agora sob aviso amarelo, tal como já estava a ilha do Porto Santo), nível que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera emite quando existe situação meteorológica de risco moderado a elevado.
O vento tem estado também a dificultar o combate ao incêndio rural que deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho contíguo, Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.
Lusa