O homem que na quarta-feira matou a tiro o presidente da Associação dos Carreiros do Monte, no Funchal, foi hoje submetido a primeiro interrogatório judicial e vai aguardar julgamento em prisão preventiva, informou o presidente da Comarca da Madeira.
Paulo Barreto disse aos jornalistas que o interrogatório decorreu entre as 15:20 e as 16:45 e que "o arguido foi indiciado pela juíza de Instrução Criminal pela prática de um crime de homicídio qualificado, pela utilização da arma e também pela frieza e premeditação".
O magistrado complementou que a juíza decidiu aplicar a prisão preventiva como medida de coação, "tendo em conta o alarme social e o perigo de fuga".
O alegado homicida tem 51 anos, é madeirense, natural da freguesia do Faial, no concelho de Santana.
Na passada quarta-feira, o presidente da Associação dos Carreiros do Monte morreu, naquela localidade, depois de ter sido alvejado com vários tiros na sequência de uma discussão, com um outro ex-profissional da mesma atividade.
Segundo fonte da Polícia Judiciária (PJ), "foram disparados cinco tiros, em diferentes ocasiões", precisando que depois de três tiros iniciais, o presumível autor dos disparos entrou num café das imediações e disse: "Já viram? Eu não disse? Um já está, faltam dois".
A mesma fonte explicitou que "seria intenção atingir ainda mais dois elementos da atual direção da associação", o que não aconteceu, apenas "porque não se encontravam naquele lugar, na altura".
Ainda referiu que o presumível autor "saiu do café e, ao passar pela vítima que se encontrava a ser assistida por um colega, terá reparado que ainda poderia estar viva e, à queima-roupa, disparou mais dois tiros", apesar dos "pedidos insistentes dos colegas para o não fazer".
Devido a esta situação, os carreiros do Monte decidiram, em sinal de luto pela família do responsável da associação, Norberto Gouveia, suspender as descidas dos carros de cesto até a próxima segunda-feira, depois do funeral da vítima.