Os dados fazem parte do relatório “Venezuela – Inimigos Internos” no contexto da pandemia da covid-19 e foram divulgados durante uma conferência de imprensa virtual, na qual participaram, entre outros, Liliana Ortega, presidente da Cofavic e Miguel Martin Zumalacárregui da Organização Mundial Contra a Tortura.
Segundo a Cofavic, em 2020 foram documentados 216 ataques contra pessoas e organizações defensoras dos Direitos Humanos na Venezuela e 84 em 2019.
“Registamos uma escalada preocupante de agressões, atos de assédio e criminalização contra os defensores dos Direitos Humanos e atores humanitários, que envolveu o uso indevido do direito penal contra indivíduos e organizações, no contexto de uma política sistemática de estigmatização, perseguição e criminalização”, explica o relatório.
Foram ainda registados “ataques contra as redes sociais no país, o que contribuiu para a redução significativa do espaço cívico”, refere a Cofavic.
“As nossas organizações puderam constatar o aumento dos ataques, tanto quantitativos quanto graves nos padrões registados, tendo aumentado o número de ataques contra pessoas e organizações que defendem os direitos humanos em mais de 157%”, afirma.
O relatório, que foi elaborado com o apoio da União Europeia, explica ainda que entre outubro de 2018 e outubro de 2020 foram documentados 338 casos de ataques a defensores dos direitos humanos.
C/Lusa