“Pediram-me para identificar o corpo. Estou à espera da chamada do responsável da investigação para ir. Depois, irei tratar dos procedimentos para a trasladação”, afirmou June Marks à Lusa, acrescentando que a morte do ex-banqueiro, de 69 anos, encontrado enforcado nesta cadeia da África do Sul, “foi um grande choque” e que “ninguém estava à espera”.
Apesar de já ter adiantado anteriormente que as autoridades sul-africanas tinham lançado uma investigação para apurar as circunstâncias da morte de João Rendeiro, a mandatária do ex-banqueiro admitiu não ter muitas expectativas sobre essas diligências: “Duvido que descubram muito mais na investigação”.
Detido em 11 de dezembro na cidade de Durban, após quase três meses fugido à justiça portuguesa, João Rendeiro foi, então, presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou no dia 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, colocando-o em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Westville.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, com João Rendeiro a ter de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.
João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
Lusa