Mais de duas dezenas de hospitais de várias zonas do país apresentaram uma adesão entre os 75% e os 100% no turno da noite devido à greve de hoje da função pública, segundo dados da Frente Comum.
Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.
De acordo com os dados disponibilizados hoje de madrugada pela Frente Comum relativos ao turno da noite, os hospitais de S. José e de Santa Maria (urgência e bloco), em Lisboa, registaram uma adesão de 100% e o Hospital D. Estefânia 98%.
Os hospitais Amadora/Sintra, de Gaia e de Chaves registaram 90% de adesão e nas unidades hospitalares de S. Francisco Xavier, de Santo António e Pedro Hispano, ambos no Porto, foi de 80%.
No Hospital de S. João, no Porto, a adesão relativa ao turno da noite foi de 75%.
Os dados da Frente Comum indicam também que em Coimbra, o Hospital da Universidade de Coimbra, a Maternidade Daniel de Matos, a Maternidade Byssaia Barreto, o Hospital Geral dos Covões e o Hospital Pediátrico estiveram só com os serviços mínimos.
Ainda na Região Centro, o Hospital de Pombal, Hospital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira), Centro Hospitalar Baixo Vouga (Aveiro), Centro Hospital Tondela/Viseu, Unidade de Saúde Local da Guarda, Centro Hospitalar de Leiria e Centro Hospitalar do Oeste (Caldas da Rainha) também estiveram no turno da noite só com serviços mínimos.
Quanto à recolha noturna de resíduos, dados do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) indicam que os serviços estiveram encerrados nos concelhos de Almada, Alcochete, Amadora, Évora, Loures e Odivelas, Moita, Palmela, Seixal e Setúbal.
No Funchal foi registada uma adesão de 60%, 70% em Lisboa – Garagem dos Olivais, 50% em Sintra e 60% em Vila Franca de Xira.
A greve dos funcionários públicos deverá ter uma elevada adesão, com um impacto mais visível nos setores da saúde, educação, finanças e autarquias, podendo levar ao encerramento de escolas e deixar lixo por recolher, segundo as estruturas sindicais que convocaram esta paralisação nacional.
A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.
A Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.
A última greve nacional da administração pública ocorreu em 26 de outubro e foi convocada pela Frente Comum, pela FESAP e pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
Os trabalhadores da função pública têm os salários congelados desde 2009.
LUSA