“No dia em que demos conhecimento público de que existiam dois casos, ao final do dia foi identificado um terceiro caso também na ilha de São Miguel”, adiantou, em declarações à Lusa, o diretor regional da Saúde, Berto Cabral, que é também responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional.
Segundo Berto Cabral, são “três situações distintas” e que não têm relação entre si.
As autoridades regionais enviaram as amostras para confirmação no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, um procedimento habitual “quando são identificadas novas estirpes”.
No entanto, os laboratórios de referência da região (o Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira e a Unidade de Genética e Patologia Molecular do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada) têm “capacidade” para identificar esta nova estirpe.
“É uma confirmação, para haver uma segunda avaliação do perfil molecular e sequencia genómica”, explicou o diretor regional.
A Autoridade Regional de Saúde ainda não recebeu resposta do INSA, mas Berto Cabral alega que a probabilidade de haver confirmação é elevada.
“O grau de precisão com que é identificado ou assumido pelos nossos laboratórios já é muito elevado. É um procedimento que devemos sempre fazer quando aparecem novas estirpes, mas da informação que temos dos nossos laboratórios a probabilidade de confirmação é muito elevada”, afirmou.
“Como aconteceu com outras estirpes, depois de um determinado número de casos confirmados e de se perceber que a identificação estava a ser devidamente efetuada na região deixou de ser necessário enviar todos os casos para confirmação”, acrescentou.
Os laboratórios de referência dos Açores registaram o primeiro caso de suspeita de infeção pela variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 na terça-feira, na ilha Terceira.
Os outros dois casos suspeitos foram identificados na quarta-feira na ilha de São Miguel.
A variante Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
A covid-19 provocou mais de 5,33 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.741 pessoas e foram contabilizados 1.215.774 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Os Açores têm atualmente 325 casos ativos de infeção, dos quais 273 em São Miguel, 38 na Terceira, cinco no Faial, quatro em Santa Maria, três no Pico e dois nas Flores.
Desde o início da pandemia, a região contabilizou 10.553 casos de infeção pelo SARS-CoV-2, 9.991 recuperações e 49 mortes.