“Decidimos proceder à vacinação de taxistas e de outras pessoas que trabalham no setor do turismo”, avançou Berto Cabral, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
A totalidade dos profissionais a integrar neste grupo será identificados ainda pela direção regional de Turismo, mas Berto Cabral deu como exemplo motoristas, guias turísticos e rececionistas.
A Lusa confirmou ainda, junto de fonte oficial, que será dada prioridade também às tripulações da SATA, a companhia aérea açoriana.
“Estamos a entrar na época mais forte do turismo. É notório o aumento da atividade turística na Região Autónoma dos Açores e a exposição a que alguns dos profissionais ficam submetidos. Portanto, em articulação com a direção regional do Turismo solicitámos listas de grupos prioritários”, justificou.
Quanto às 5.550 vacinas da Janssen (de administração única) que chegaram recentemente à região, já começaram a ser administradas, segundo o diretor regional, tendo ficado 4.000 na ilha de São Miguel e 1.500 na ilha Terceira.
Berto Cabral salientou que esta vacina vai permitir “uma aceleração da vacinação nessas ilhas” sobretudo na faixa etária acima dos 50 anos e em “situações em que o processo logístico possa ser mais complexo”.
Nesse sentido, deu como exemplo o caso dos reclusos, que assim só têm de se deslocar uma vez aos postos de vacinação.
Apontou ainda o caso das tripulações da companhia aérea SATA, que “ficam impedidas de voar 48 horas depois da inoculação” e que assim terão de passar pelo processo apenas uma vez.
“Tendo em conta que a época de turismo já está a decorrer, também não é de excluir a possibilidade de algumas dessas pessoas [profissionais de turismo] serem vacinadas com esta vacina [de toma única] e terem o seu processo de vacinação concluído mais rápido”.
“Agora, acima de tudo o que é importante é acelerar o processo”, acrescentou.
Já no que diz respeito à vacina da AstraZeneca, os Açores estão a trabalhar na alteração das normas, à semelhança do que foi feito pela Direção-Geral da Saúde, para que a segunda dose seja antecipada em quatro semanas.
“É uma alteração importante no que diz respeito à conclusão do processo vacinal das pessoas mais velhas”, frisou Berto Cabral, acrescentando que muitas pessoas poderão levar a segunda dose já no mês de junho.
O diretor-geral sublinhou que os Açores estão com uma capacidade diária de vacinação “bastante elevada”, que superou as 3.200 doses no sábado.
O responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional disse ainda que a Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel vai reforçar as suas equipas, recorrendo à bolsa da Ordem de Enfermeiros, “no final do mês”, o que fará com que “os postos de vacinação aumentem o seu horário”.
“O processo de vacinação avança da forma que as vacinas vão chegando também à região”, apontou, adiantando que está prevista a chegada à região de 41 mil doses da Pfizer, na segunda-feira.
Na operação “Periferia”, que visa a vacinação em massa de cinco das seis ilhas sem hospital dos Açores (no Corvo já estava concluída), “foram inoculadas 5.759 doses”, nas ilhas de Santa Maria, Flores, Graciosa e São Jorge e estão previstas cerca de “3000 inoculações na ilha do Pico”, até domingo.
Nas restantes ilhas, o processo chega agora às pessoas com menos de 55 anos, sem patologias.
As que as que estão acima dessa idade devem “dirigir-se ao seu centro de saúde” se ainda não foram chamadas.
“Os Açores optaram por percorrer [as pessoas com] as patologias todas, desde os 59 aos 16 anos. Isto não foi aplicado em todo o território nacional. Por isso, é natural que, em termos de descer na faixa etária, torne o processo mais lento [relativamente à vacinação no Continente]”, descreveu.
“Nós optámos por vacinar primeiro as pessoas que tenham alguma das patologias prioritárias”, justificou Berto Cabral.
Foram administradas, até ao momento, 187.119 doses de vacinas contra a covid-19 nos Açores, havendo 109.258 pessoas com pelo menos uma dose (45% da população, segundo dados da Portada de 2019) e 77.861 pessoas com a vacinação concluída (32%).
Os Açores têm atualmente 301 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, dos quais 287 em São Miguel, 11 na Terceira e três no Faial.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 6.003 casos de infeção, tendo ocorrido 5.535 recuperações e 33 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 79 pessoas e 55 apresentaram comprovativo de cura anterior.