“Nos Açores, esta última semana, os números de vacinas administradas foram um pouco inferiores às semanas anteriores, exatamente porque há um momento em que temos mais ‘stock’ e se vacina mais, mas depois ficamos com menos ‘stock’ e há um abrandamento”, disse Berto Cabral, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Segundo Berto Cabral, foram administradas até hoje “cerca 265.000 doses de vacinas contra a covid-19 nos Açores, correspondendo, com a primeira dose, a 60% dos açorianos e, com a vacinação completa, a 52%”.
O executivo açoriano não atualizava o número de vacinas administradas na região desde 08 de julho, altura em que tinham sido inoculadas 250.705 doses, o que significa nas últimas duas semanas foram administradas cerca de 14.300 vacinas.
“Ao longo deste mês, a região recebeu menos doses. No entanto, voltámos a receber já esta semana mais 15.000 doses da Janssen e cerca de 17.000 doses da Pfizer, que vão permitir durante este mês continuar o processo de vacinação”, adiantou o diretor regional da Saúde.
Berto Cabral acrescentou que, no dia 02 de agosto, “há previsão de a região receber mais de 50.000 doses da Pfizer”.
A 08 de julho, quando já era conhecida uma redução do número de vacinas previstas para os Açores, o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, garantiu que não havia “qualquer desaceleração do processo de vacinação nos Açores”.
O governante apontou como meta para atingir os 70% de população com vacinação completa “final de julho, meados de agosto”, alegando que “a haver algum atraso”, seria “de uma semana, duas, no máximo”.
Questionado hoje sobre se o executivo mantinha a mesma meta, Berto Cabral disse que sim, mas admitiu um abrandamento no ritmo de vacinação.
“Há o objetivo de atingir esse número ainda nessa data. Não podemos ignorar o facto de as duas entregas que foram feitas durante o mês de julho terem sido mais baixas do que no mês de junho. Isso obviamente altera o ritmo”, apontou.
Os Açores têm atualmente cinco ilhas com mais de 70% da população totalmente vacinada contra a covid-19 (Corvo, Santa Maria, São Jorge, Graciosa e Pico).
A ilha das Flores, onde também ocorreu uma vacinação em massa, está perto de atingir essa meta e na ilha do Faial “há 70% da população com a primeira dose e 52% com a vacinação completa”.
Nas duas ilhas mais populosas, os números estão ligeiramente abaixo das restantes: a Terceira tem “51% da população com uma dose e 46% com vacinação completa”, enquanto São Miguel regista “52% com a primeira dose e 50% com a vacinação completa”.
“Esta proximidade, no caso da ilha de São Miguel, entre as pessoas com a primeira dose e com a vacinação completa deve-se ao facto de ter sido a ilha onde foram administradas mais doses da Janssen até ao momento, uma vez que as vacinas da Janssen são de toma única”, justificou Berto Cabral.
O diretor regional da Saúde adiantou que “já estão a ser chamados para a vacinação” estudantes deslocados.
O responsável indicou que “não vão ser chamados todos ao mesmo tempo” e que há um “período de cerca de cinco semanas” para garantir que “todos possam estar vacinados aquando do seu regresso aos locais onde se encontram a estudar”.
Berto Cabral apelou às camadas mais jovens para que se vacinem, não só para se protegerem a si, “mas aos seus e à sua comunidade”.
Os Açores têm atualmente 17 utentes hospitalizadas com covid-19, dos quais 12 em São Miguel, quatro na Terceira e um no Faial.
“Se olharmos mais para trás, para o início do ano, com números semelhantes de casos ativos, os números de internamentos eram muito superiores”, sublinhou o diretor regional da Saúde.
Berto Cabral disse ainda que o utente que morreu esta semana com covid-19, com 71 anos, “por sua opção não estava vacinado” e que nenhum dos quatro utentes internados no Hospital da Ilha Terceira está vacinado.
Os Açores têm atualmente 495 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, dos quais 308 em São Miguel, 151 na Terceira, 13 no Pico, nove em São Jorge, sete nas Flores, seis no Faial, e dois na Graciosa.
Desde o início da pandemia, foram diagnosticados na região 7.233 casos de infeção por SARS-CoV-2, tendo ocorrido 6.556 recuperações e 35 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 85 pessoas e 62 apresentaram comprovativo de cura anterior.