Respondendo a uma questão da Lusa neste ‘briefing’ após a apresentação do novo plano da Comissão Europeia de preparação contra a covid-19 face à ameaça das variantes do coronavírus, o responsável francês notou que “é crucial que se consiga acelerar o processo industrial” de vacinas na UE.
“E todos têm algo a acrescentar para esse objetivo porque a cadeia de abastecimento e a logística está em todo o lado”, disse.
Para Thierry Breton, “é muito significativo que a presidência portuguesa da UE tenha acordado promover esta discussão sobre a comunicação hoje apresentada e também sobre as consequências da questão da distribuição”.
Previsto está então que durante o Conselho de Competitividade, na quinta-feira da próxima semana, os ministros do Mercado Interno e da Indústria da UE discutam a estratégia industrial hoje apresentada e liderada pelo comissário da tutela.
Com vista ao aumento da produção, a estratégia hoje apresentada pela Comissão preconiza uma atualização ou celebração de novos acordos de compra antecipada para apoiar o desenvolvimento de vacinas novas e adaptadas através de financiamento da UE, com “um plano detalhado e credível que mostre a capacidade de produzir vacinas na UE, num calendário fiável”.
A instituição defende também um trabalho em estreita colaboração com os fabricantes para ajudar a monitorizar as cadeias de abastecimento e fazer face a problemas de produção, apoiar o fabrico de vacinas adicionais dirigidas a novas variantes, desenvolver um mecanismo de licenciamento voluntário dedicado para facilitar a transferência de tecnologia e apoiar a cooperação entre empresas.
Previsto está ainda que o executivo comunitário incentive à cooperação entre farmacêuticas para a produção de vacinas contra a covid-19 (como fez a Sanofi, que irá apoiar a Pfizer/BioNTech).
No âmbito desta estratégia, Thierry Breton começou já a visitar fabricantes de vacinas contra a Covid-19 para tentar acelerar o processo de vacinação na UE, que está a ser marcado por atrasos nas entregas aos Estados-membros.
Depois de algumas farmacêuticas (como a AstraZeneca) terem informado a instituição de que irão entregar menos doses do que as acordadas para o primeiro trimestre de 2021, Bruxelas criou este grupo para tentar resolver a atual capacidade insuficiente de produção para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição, nomeadamente para Portugal.
Portugal assume este semestre a presidência portuguesa da UE.