“Quando aplicamos uma reforma de descentralização no nosso país, concentramo-nos nas melhores práticas europeias de governar (…). Atualmente, o sistema de governação na Ucrânia, mesmo em condições de guerra, corresponde ao sistema europeu de democracia (…). A nossa unidade, os nossos valores comuns, as nossas regras de vida comuns são bons exemplos. Estou certo de que todos eles nos darão em breve um resultado óbvio, que é a plena adesão da Ucrânia à UE”, disse Volodymyr Zelensky numa mensagem vídeo dirigida ao Comité das Regiões Europeu.
Na mensagem foi transmitida no segundo dia da 155.ª sessão plenária que teve início quarta-feira e decorre em Bruxelas, agradeceu a este órgão por apoiar a Ucrânia "neste caminho de integração".
"E também tenho a certeza de mais uma coisa: A Ucrânia será uma parte da Europa de tal forma que não permanecerá uma única ruína”, disse Zelensky.
O presidente ucraniano dirigiu-se a uma audiência repleta de governantes locais e regionais, de cidades e regiões dos 27 Estados-membro da UE, num órgão que atualmente é presidido pelo português Vasco Cordeiro, que, no âmbito da apresentação de uma aliança europeia de municípios e regiões para a reconstrução da Ucrânia, tinha estado com Zelensky em Kiev, em abril.
Zelensky defendeu que “podem haver diferentes abordagens nacionais para um sistema específico de Governo em um determinado país, mas o princípio principal de respeito pelas regiões, respeito pelas comunidades é indispensável para todos”.
“Quando o Comité das Regiões da UE e os seus municípios e comunidades cooperam diretamente com a Ucrânia, com as nossas cidades e comunidades, tal significa uma cooperação que reforça não só ambas as partes, mas também a nossa própria Europa”, disse.
Numa mensagem que fez levantar o plenário que aplaudiu Zelensky de pé, o líder a Ucrânia disse que este país recuperará “as ruínas que a Rússia trouxe com a guerra” e “reconstruirá tudo” para “mostrar força”, a força da Ucrânia, e, frisou, “a força da nossa Europa”.
Zelensky contou, ainda, aos membros do Comité das Regiões que criou “uma instituição especial na Ucrânia”, o Congresso das Autoridades Locais e Regionais, que se traduz numa plataforma para proporcionar oportunidades de desenvolvimento às regiões e comunidades e “melhorar a interação entre o Governo central e as autoridades locais”.
“Obviamente, o Congresso também deve desempenhar um papel fundamental nos esforços de reconstrução. Convido-vos a cooperar a todos os níveis com o Congresso dos Poderes Locais e Regionais da Ucrânia. Tanto a nível de todo o Comité das Regiões da UE como diretamente: as vossas regiões com as nossas regiões, as vossas cidades e comunidades com as nossas cidades e comunidades”, concluiu.
Esta intervenção acontece numa sessão plenária, cuja agenda inclui, entre outros temas, a discussão da revisão intercalar do orçamento da UE, bem como o contributo das entidades locais e regionais para a gestão de crises e a reconstrução da Ucrânia.
Paralelamente à sessão plenária, de acordo com o convite enviado à Lusa, na tarde de hoje, o presidente do Comité das Regiões presidirá à abertura da conferência internacional “Pôr em prática os princípios de Lugano: Reforçar o papel dos governos locais e regionais no processo de recuperação e reconstrução da Ucrânia e na via da adesão à UE”.
Organizada pelo Comité das Regiões com os governos da Ucrânia, da Suíça e do Reino Unido, OCDE e Comissão Europeia, esta iniciativa visa apresentar recomendações que serão discutidas na Conferência sobre a Recuperação da Ucrânia, a realizar em Londres, em 21 e 22 de junho.
O Comité das Regiões Europeu é a assembleia da União Europeia dos representantes regionais e locais dos 27 Estados-membros.
Lusa