“Conversámos sobre cooperação em segurança. Agradeci-lhe a prontidão com que forneceu apoio efetivo ao sistema energético da Ucrânia”, escreveu Zelensky na sua conta na rede social Twitter, referindo-se a uma conversa com o chefe do Governo português.
O sistema energético ucraniano tem sido fortemente afetado por diversas vagas de ataques russos dirigidos às infraestruturas essenciais do país, provocando frequentes e sucessivos apagões, bem como restrições no acesso a energia para o aquecimento da população.
Zelensky acrescentou que, durante a conversa, discutiu com António Costa os “passos concretos” para implementar a “fórmula de paz”, o plano de negociação para o conflito que se iniciou em fevereiro do ano passado e que o Governo ucraniano quer ver completado até à primavera.
O líder ucraniano tem tido o apoio dos aliados ocidentais para este plano de paz, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, mas a iniciativa foi já rejeitada pela Rússia.
O plano de paz proposto por Kiev inclui vários pontos, como o restauro da integridade territorial da Ucrânia, a saída total das tropas russas, o cessar das hostilidades, a libertação de prisioneiros e o estabelecimento de um tribunal para julgar crimes de guerra cometidos pelas forças comandadas por Moscovo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.