Cerca de 49 milhões de eleitores franceses vão renovar toda a Assembleia Nacional (parlamento), ou seja, 577 deputados, em duas voltas, no domingo e a 07 de julho, o que poderá abalar definitivamente o horizonte político.
A extrema-direita surge como favorita nas sondagens, à frente da esquerda e muito à frente do partido do campo presidencial.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, convocou estas eleições antecipadas ao anunciar a dissolução da Assembleia a 09 de junho, na noite da vitória da extrema-direita nas eleições europeias.
Hoje os eleitores franceses de Saint Pierre et Miquelon, arquipélago situado no Atlântico Norte, perto do Canadá, começaram a votar às 08:00 locais (11:00 em Lisboa), seguindo-se os das Antilhas, Guiana Francesa, Polinésia Francesa e mesmo os do continente americano.
Os eleitores da França continental vão às urnas no domingo.
A principal incógnita é saber se a Assembleia será dominada pela extrema-direita pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
A campanha relâmpago terminou à meia-noite de sexta-feira. Até domingo à noite, os candidatos não podem falar aos meios de comunicação social nem se podem deslocar às assembleias de voto, e a publicação de sondagens é proibida.
Os especialistas em sondagens e os políticos esperam uma taxa de participação muito mais elevada do que nas eleições legislativas de 2022, quando 47,51% dos eleitores compareceram às urnas. Desta vez, a participação poderá atingir dois terços dos eleitores registados.
Entre os sinais da forte mobilização esperada está o número de mandatários, que ultrapassou os 2 milhões.
A votação online aberta até quinta-feira aos franceses residentes no estrangeiro também atingiu um recorde de 410 mil (250 mil em 2022).
Duas sondagens de opinião publicadas na sexta-feira dão ao campo da extrema-direita, União Nacional (Rassemblement National, em francês),35-36,5% dos votos. A Nova Frente Popular (NFP), formada pela esquerda, tem cerca de 27,5-29% e o campo macronista 20,5-21%.
De acordo com algumas sondagens, a maioria absoluta é agora uma possibilidade real para a União Nacional (RN, sigla em francês) e os seus aliados.
Lusa