“Esta noite teremos certamente um enfoque nas relações externas e haverá um enfoque muito forte no sequestro absolutamente inaceitável de um voo da Ryanair pelas autoridades bielorrussas”, declarou Ursula von der Leyen, falando na chegada à cimeira extraordinária que junta os líderes da União Europeia (UE) hoje e terça-feira em Bruxelas.
“Haverá uma resposta muito forte [da União Europeia] porque este é um comportamento ultrajante e o regime de Lukashenko tem de compreender que isto terá consequências graves”, garantiu.
Segundo Ursula von der Leyen, em cima da mesa estão “diferentes opções de sanções”, entre as quais “sanções contra indivíduos que estão envolvidos neste sequestro […], mas também sanções contra empresas e entidades económicas que estão a financiar estes regimes, e estamos a estudar sanções contra o setor da aviação”.
Em causa está o desvio forçado de um voo da Ryanair para Minsk (Bielorrússia) no domingo à tarde, a meio de uma viagem entre Atenas (Grécia) e Vílnius (Lituânia), que culminou com a detenção do jornalista bielorrusso Roman Protasevich.
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, colocou este incidente na agenda de hoje, visando a aplicação de pesadas sanções à Bielorrússia, além das já existentes (de, por exemplo, congelamento de bens) contra o Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, e opressores do regime.
Para Ursula von der Leyen, o ativista Roman Protasevich “tem de ser libertado imediatamente”, razão pela qual a UE vai “exercer pressão sobre o regime [bielorrusso] até que, finalmente, respeite a liberdade dos meios de comunicação social e a liberdade de imprensa e de opinião”.
Nesta declaração, a responsável disse ainda que a UE tem “um pacote económico e de investimento de três mil milhões de euros pronto para a Bielorrússia que fica em espera e suspenso até esta se tornar democrática”.
Também falando na chegada à cimeira extraordinária, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, vincou que este ato da Bielorrússia “não pode ficar sem consequências”.
O jornalista Roman Protasevich, de 26 anos, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, viajava de Atenas para Vílnius.
C/Lusa