Em resposta a perguntas da agência Lusa, a Direção-Geral de Saúde (DGS) diz que até ao momento “foram reportados perto de duas dezenas de casos associados aos festejos do campeonato de futebol”, embora acrescente que as celebrações “não explicam a totalidade do fenómeno” e que a incidência cumulativa a 14 dias por 100.000 habitantes no concelho de Lisboa “tem tido uma tendência crescente desde o início do mês de maio, seguindo o padrão nacional em termos de distribuição etária”.
Adianta que se verifica “uma maior incidência na população de adultos jovens”.
“Este crescimento, lento e gradual em Lisboa, é multifatorial”, considera a DGS, acrescentando: “Desde logo, é uma consequência natural do desconfinamento, que tem sido faseado, e de outros eventos, verificando-se a ocorrência de casos em contexto familiar/social, escolar ou laboral”.
A DGS diz que está a acompanhar e monitorizar a situação, em articulação com as autoridades locais, e insiste no apelo ao cumprimento das medidas de proteção individual, mas também à testagem em caso de sintomas ou existência de comportamentos de risco.
Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) anunciou que Lisboa e Vale do Tejo apresentava um índice médio de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 de 1,11, sendo a única região de Portugal continental com Rt acima de 1.
De acordo com o relatório semanal do INSA sobre a evolução da curva da epidemia, o aumento do Rt – que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – tem sido registado em todo o país desde 01 de maio, mas esta variação tem sido “mais acentuada” em Lisboa e Vale do Tejo.
Na última semana, o Rt na região de Lisboa e Vale do Tejo subiu de 0,95 para os 1,11.
As autoridades consideram que este aumento merece ser acompanhado com “atenção durante a próxima semana” e estimam que Lisboa e Vale do Tejo atinja 120 casos por 100.000 habitantes dentro de 31 a 60 dias.