Os dados indicam que as falhas elétricas aumentaram na Venezuela, em relação a 2020, quando ocorreram 157.719 apagões no país, incluindo os de dimensão nacional e os regionais ou parciais.
“É desalentador saber que o sistema elétrico nacional (venezuelano), em vez de melhorar, continua piorando e isso afeta muito a qualidade de vida dos utilizadores, nos serviços, no dia a dia”, disse a presidente do CAA aos jornalistas.
Segundo Aixa López, só em novembro a Venezuela registou 22.978 apagões elétricos.
“Temos 178.227 apagões registados, 12 deles a nível nacional, em 2021, mas ainda estamos computando algumas falhas elétricas registadas no mês de dezembro”, explicou, alertando que os números totais podem ainda ser mais altos.
Por outro lado, explicou que “não há planificação a curto, médio e longo prazo” em matéria de manutenção e prevenção e que as falhas ocorrem agora a nível de geração, transmissão e distribuição de energia.
Aixa López questionou as denúncias do executivo sobre alegados ataques terroristas contra o sistema elétrico venezuelano e explicou que as instalações das centrais estão guardadas por militares e que para entrar no Guri, onde está a principal central hidroelétrica da Venezuela, é preciso uma autorização especial e as “visitas são guiadas”.
Por outro lado, lamentou que os venezuelanos tenham “perdido a fé” nas suas instituições e por isso não denunciam os danos ocasionados pelos apagões.
“Fui a uma clínica e o aparelho de tomografia avariou-se com o apagão de 14 de outubro último, e não queriam denunciar porque perderiam tempo”, exemplificou.
Explicou ainda que “a maioria dos utilizadores manda reparar os seus eletrodomésticos, frigoríficos e outros aparelhos de linha branca, e não denunciam para não perder tempo, porque não têm fé nas instituições e não acreditam que possam ser indemnizados”.
Também que há casos em que “compram alimentos dia a dia, deixam de lavar ou secar a roupa, porque não têm como comprar equipamentos novos”.
Em 07 de março de 2019, ocorreu o maior ‘apagão’ da história do país, quando uma falha na Central Hidroelétrica Simón Bolívar deixou os venezuelanos totalmente às escuras durante cinco dias.
Um ano depois, em 25 de março de 2020, pelo menos 16 estados e parte do Distrito Capital ficaram sem luz.
Em 06 de maio de 2020, 19 dos 24 estados da Venezuela ficaram total ou parcialmente às escuras, numa avaria que afetou também a Internet e as comunicações telefónicas. Treze dias depois, um ‘apagão’ voltou a deixar a cidade de Caracas e mais de metade do país às escuras.
Em 21 de julho de 2021, Caracas e outras 12 regiões venezuelanas registaram vários ‘apagões’ parciais.
Em 17 de dezembro último um apagão deixou às escuras 20 dos 24 estados da Venezuela.