Em comunicado, o PSD-M considera que as eleições parlamentares de 06 de dezembro foram "uma oportunidade perdida para repor a paz, a segurança, a estabilidade e a ordem constitucional".
“Conforme assumido pelas várias instâncias internacionais, [as eleições] não reuniram as condições mínimas para serem consideradas legítimas, livres e democráticas – até porque foram convocadas pela Assembleia constituinte, que não tem sequer competência para convocar eleições para a Assembleia nacional da Venezuela”, escreve o partido.
Segundo o comunicado, assinado pelo secretário-geral do partido, José Prada, mantém-se, desta forma, “um impasse político inaceitável que não se compadece nem com a realidade, nem com as exigências e necessidades que o povo venezuelano enfrenta, ora agravadas pela pandemia Covid-19".
O PSD-M apela, neste enquadramento, para que seja encontrada uma "solução política urgente para ultrapassar este impasse e sublinha que a crise social e económica com que a Venezuela atualmente se depara exige respostas rápidas e pacíficas que devem ser assumidas por quem de direito, em nome da estabilidade e da segurança da população que vive no país".
O partido reafirma que "continuará ao lado do povo venezuelano e apoiará todos os esforços para a recuperação da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito, naquele país".
Centenas de milhares de portugueses e lusodescendentes, maioritariamente de origem madeirense, vivem na Venezuela.
No domingo, a aliança de partidos que apoiam o Governo de Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas, com 67,6% dos votos, quando tinham sido contados 82,35% dos boletins, anunciou o CNE.
A taxa de participação foi de 31%, segundo o CNE.
Na segunda-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, anunciou que os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) consideram que as eleições na Venezuela não "cumpriram os requisitos mínimos em termos de transparência, liberdade e justiça".
"A declaração é muito clara quando assinala que, do nosso ponto de vista, as eleições realizadas ontem [domingo] na Venezuela não cumpriram os requisitos mínimos em termos de transparência, em termos de liberdade e em termos de justiça, de igual acesso das forças políticas as candidaturas devidas", sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.