A troca dos norte-americanos – incluindo cinco empresários do petróleo detidos há quase cinco anos – é a maior troca de prisioneiros realizada pelo governo Biden e revela um atenuar das tensões entre os dois países.
Caracas confirmou a libertação de dois venezuelanos detidos nos Estados Unidos, felicitando-se com a iniciativa.
"Na sequência das várias conversas mantidas desde 5 de março com representantes do governo dos Estados Unidos, foi obtida a libertação de dois jovens venezuelanos presos injustamente nesse país", disse o governo da Venezuela, em comunicado, confirmando igualmente a libertação dos presos norte-americanos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, também disse que esses norte-americanos estavam "injustamente presos na Venezuela", manifestando o seu contentamento por poderem regressar para junto das suas famílias.
A troca de prisioneiros é um gesto pouco comum no presidente Nicolás Maduro, e acontece quando o líder socialista sul-americano procura restabelecer as relações com os EUA, depois de ter afastado a maioria dos seus opositores internos.
Entre os norte-americanos libertados estão cinco funcionários da Citgo, a empresa petrolífera com sede em Houston, Texas, que viajaram para a Venezuela em 2017, para participar numa reunião na sede da empresa estatal de petróleo PDVSA, onde acabaram por ser detidos numa sala de reuniões em Caracas.
Estes empresários foram condenados por peculato, no ano passado, com penas entre oito e 13 anos de prisão, acusados de traição pelo governo venezuelano.
Também foi libertado Matthew Heath, um ex-cabo da Marinha dos EUA, que foi detido em 2020, durante uma operação policial numa estrada na Venezuela.
Os Estados Unidos libertaram Franqui Flores e o seu primo Efrain Campo, sobrinhos de Cília Flores, mulher de Maduro.
Os homens foram detidos no Haiti, numa operação da polícia de combate ao tráfico de droga, em 2015, tendo sido levados para Nova Iorque para serem julgados, tendo sido condenados no ano seguinte.
O governo de Biden tem estado sob forte pressão para fazer regressar a casa os cerca de 60 norte-americanos que se acredita estarem reféns no estrangeiro ou detidos injustamente por governos estrangeiros hostis.
Pelo menos outros quatro norte-americanos continuam detidos na Venezuela, incluindo dois ex-soldados envolvidos numa tentativa falhada para derrubar Maduro, em 2019, e dois outros homens que foram detidos por alegadamente entrarem ilegalmente no país, viajando da vizinha Colômbia.