“É importante ter a noção que grande parte das ajudas que temos em termos de desenvolvimento da Região Autónoma resultam não da intervenção e dos apoios do Estado, mas dos apoios da União Europeia na concretização do princípio de coesão económica e territorial e do próprio Governo Regional que, no caso concreto, também assume as suas comparticipações”, declarou Miguel Albuquerque.
O governante insular falava na cerimónia de celebração de 23 protocolos entre a secretaria regional de Agricultura e as instituições Associação das Casas do Povo da Madeira (ACAPORAMA) e Associação de Desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira (ADRAMA), que representam um investimento global na ordem dos 5,6 milhões de euros.
Deste montante, 4,5 ME são investimento elegível, correspondendo o subsídio a 2,8 milhões de euros e uma comparticipação do Governo Regional de 420 mil euros.
“São 23 candidaturas que, para além de alavancarem o nosso meio rural em termos financeiros, vão promover também a criação de 44 novos postos de trabalho, o que é também um facto a ter em linha de conta”, informou, por seu turno, o gestor do quadro comunitário do Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira (PRODERAM), Marco Gonçalves.
Miguel Albuquerque ainda salientou que, “do ponto de vista do PRODERAM 2020, a Madeira está com uma taxa de execução muito positiva”, apontando ser de “22% a taxa de execução e de 66% a de compromisso”, que é "a maior do país”.
“Isto demonstra que o princípio da proximidade e descentralização é positivo na concretização dos dinheiros disponíveis para os projetos”, sublinhou.
O responsável insular ainda se referiu aos dados estatísticos no setor da agricultura e das pescas, considerando que 2017 “foi o melhor ano de sempre”.
“No ano passado fechamos o setor primário na região com os números maiores de sempre, quer em termos de rentabilidade”, destacou, complementando que esta atividade era “muitas vezes desdenhada”, mas acabou rendendo “114 milhões de euros no ano passado”.
Ainda indicou que algumas componentes da produção regional, como o setor das hortícolas, “resultou em mais de 30 milhões de euros”, o que, no seu entender, evidencia “a importância deste setor no desenvolvimento regional, no complemento do rendimento das famílias”.
“Portanto, dizer que a agricultura, o setor primário, não é importante é uma falácia”, sustentou Miguel Albuquerque.
O chefe do executivo regional também se referiu ao setor das pescas, que fechou 2017 com um resultado de “21,4 milhões de peixe descarregado na lota”.
O líder insular realçou igualmente o “papel” das instituições ACAPORAMA e ADRAMA “na canalização de investimentos para as chamadas zonas rurais, que exigem fixação de pessoas de investimentos e de emprego”.
LUSA