"A Ucrânia resistiu aos ataques brutais da Rússia. Já conseguimos libertar parte do território ocupado depois de 24 de fevereiro. Pouco a pouco, vamos libertar outras áreas dos nosso país que estão atualmente sob ocupação", disse Volodymyr Zelensky, em declarações feitas na noite de sábado, recolhidas pela agência de notícias Ukrinform.
Zelensky salientou que, durante esta guerra, a Ucrânia alcançou o estatuto de candidata a membro da União Europeia (UE), conseguiu manter a estabilidade das suas instituições públicas, reconstruiu o sistema energético para que funcione na rede elétrica do continente europeu e reorganizou todos os processos logísticos do país, tanto militares quanto económicos.
"E o mais importante, mantemos a unidade interna, tendo superado os conflitos e contradições que nos atrapalharam no passado", afirmou o chefe de Estado ucraniano.
Segundo Zelensky, todos devem lembrar-se "do custo dos erros e discórdias que dificultaram nas gerações anteriores" alcançar os resultados que a Ucrânia tem hoje.
"Devemos lembrar o quanto nosso povo teve que suportar antes de a soberania e a independência da Ucrânia pudessem ser restauradas”, sublinhou.
Por outro lado, Zelensky também destacou a importância de “algum tipo de soberania emocional” diante da desinformação divulgada pela Rússia e de não acreditar em nenhuma fonte anónima.
"Às vezes, as armas de informação podem atingir mais forte do que as convencionais. É óbvio que nenhum míssil ou artilharia russa conseguirá romper a nossa unidade e tirar-nos do caminho. E é igualmente óbvio que a unidade ucraniana não pode ser quebrada por mentiras, intimidação, desinformação ou teorias da conspiração", declarou Zelensky.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.