Juan Freites, Luís Camaraco e Guillermo López foram detidos em 23 de janeiro e os seus advogados insistem que ainda não conseguiram comunicar com eles e que os tribunais que ordenaram as detenções também desconhecem o seu paradeiro.
“Não sabemos deles, apesar de todos os esforços que temos feito, desde o ponto de vista legal e através dos familiares, para estabelecer onde e em que condições se encontram”, disse o advogado Omar Mora Tosta numa conferência de imprensa em Caracas.
O advogado denunciou que Freites, Camaraco e López foram “arbitrariamente detidos e levados de forma violenta” por organismos de segurança do Estado, e que apenas no dia 26 de janeiro o Ministério Público admitiu que estavam detidos no âmbito da investigação ‘Brazalete Blanco’ a alegadas conspirações contra o regime.
“Percorremos todas as instituições, todos os recintos policiais onde supostamente estariam e não apareceram. Os tribunais competentes em matéria de terrorismo negaram desde o início ter qualquer processo em que estes senhores fossem mencionados”, disse Omar Mora Tosta.
O advogado explicou que em 31 de janeiro apresentou um recurso de “habeas corpus, para saber onde se encontram, quem os detém, por que razão e em que circunstâncias estão detidos”, e que o tribunal ainda não respondeu, apesar de ter 96 horas para o fazer, “o que é extremamente grave como precedente do ponto de vista jurídico”.
Apenas em 14 de fevereiro o tribunal responsável pelo caso confirmou que ainda não tinham sido presentes perante o juiz, adiantou.
O advogado Perkis Rocha denunciou que “na Venezuela, há desaparecimentos forçados” e que “alguém que assume o papel de Procurador-Geral da República é um cúmplice de facto”.
Em 26 de janeiro, o Ministério Público (MP) da Venezuela, anunciou que tinha acusado três responsáveis de Maria Corina Machado de estarem envolvidos num plano terrorista e em conspirações contra um Governo legitimamente estabelecido.
Juan José Freites, Guillermo de Jesús López e Luís Enrique Camacaro foram detidos em 23 de janeiro e, segundo o MP, estariam envolvidos numa alegada conspiração que incluía assassinar o Presidente Nicolás Maduro e o governador do estado de Táchira (sudoeste do país), Freddy Bernal.
O Procurador-geral Tarek William Saab sustentou que os chefes de campanha “serviriam de apoio logístico a um grupo terrorista armado” e pretendiam “assaltar vários quartéis militares”.
Em 22 de janeiro, o MP da Venezuela anunciou que 31 pessoas, entre elas civis e militares, foram detidas desde maio de 2023 pelo alegado envolvimento em cinco alegadas conspirações contra o atual Governo, que incluíam o assassínio de Maduro.
O anúncio foi feito pelo Procurador-geral que anunciou também novos mandados de detenção, contra jornalistas, ‘youtubers’, ativistas dos Direitos Humanos e ex-militares.
Por outro lado, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López acusou as agências norte-americanas de Informações (CIA) e Antidroga (DEA) de tentar derrubar o Governo do Maduro.
Lusa