“É profundamente conhecedor do mercado. Fez-me sentido convidá-lo para o Conselho de Administração. Nenhuma dúvida quanto a isso”, afirmou Pedro Marques, em resposta aos deputados, na comissão parlamentar da Economia, onde está a ser ouvido, a requerimento do PSD, sobre a situação da TAP no período entre 2015 e 2023.
Pedro Marques foi questionado sobre as recentes declarações do antigo administrador da TAP Diogo Lacerda Machado sobre o negócio de manutenção da companhia no Brasil.
Em 09 de maio, Lacerda Machado referiu existir uma "perspetiva imbecil" sobre o negócio da manutenção no Brasil, e sublinhou que sem o investimento naquele país "provavelmente" hoje a companhia não existia.
“Aquilo que viabilizou a sobrevivência da TAP durante 15 anos foi o Brasil e aquilo que permitiu que a TAP se tornasse na maior operadora estrangeira no Brasil foi o investimento feito na VEM [manutenção]" disse Diogo Lacerda Machado, também na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
O advogado Diogo Lacerda Machado fez parte das negociações da reversão da privatização da TAP, em 2016, no primeiro governo minoritário de António Costa, de quem é próximo, e saiu da administração da companhia aérea em 2021.
“A presença da TAP como grande companhia europeia a voar para o Brasil é o seu grande ativo estratégico. Não participei das negociações, mas sei das dificuldades em entrar como investidor no mercado brasileiro”, defendeu Pedro Marques, que regressa à Assembleia da República na quarta-feira para ser ouvido no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.
Em 2022, a área de manutenção e engenharia da TAP no Brasil foi encerrada de forma definitiva, após terem sido acumulados prejuízos de aproximadamente 600 milhões de euros em 13 anos.
O negócio contava com mais de 380 trabalhadores.
Lusa