Ricardo Lume reagia às declarações do secretário do Turismo e Cultura da Madeira no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento Regional para 2023, na ordem dos 2.071 milhões de euros, no parlamento regional, no Funchal.
O governante afirmou que, “em matéria de turismo, os resultados falam por si” na Madeira e destacou a “proatividade” do executivo insular (PSD/CDS), salientando que “a oferta de lugares que está disponível hoje supera em quase 30% a que existia no período pré-pandémico”.
A região, acrescentou, tem “uma disponibilidade de 2,45 milhões de lugares em 2022, contra os 1,88 milhões de 2019”.
Contudo, o deputado comunista considerou que este cenário contrasta com “a pura exploração dos trabalhadores, o que continua a ser o mote da hotelaria”, um setor onde impera a “precariedade laboral”.
O turismo, lamentou, tornou-se “menos atrativo” para os profissionais, que “optaram para ir para outras áreas”, obrigando os hotéis a “ir contratar ao estrangeiro”.
O secretário regional também referiu que a Madeira registou nestes últimos anos 86 novas rotas, 49 das quais em 2022, atingindo os dois aeroportos da região (ilhas da Madeira e Porto Santo) “o total de 170 rotas”.
Eduardo Jesus acrescentou que, em comparação com 2019, o arquipélago está hoje a trabalhar com “mais 10 países” e está ligado a 33 destinos com percursos diretos.
O responsável realçou o surgimento de “novas e importantes operações”, entre as quais se destacou “a entrada da Ryanair na linha da Madeira, com ligações a 10 destinos, dois dos quais domésticos, de Lisboa e Porto”.
Para assegurar a operação da companhia irlandesa ‘low cost’, o Turismo de Portugal e a Madeira terão de investir, cada um, 456 mil euros por ano, durante quatro anos.
“Além de novas oito ligações diretas internacionais”, a região conseguiu cumprir “o desígnio da 3.ª companhia na ligação a Lisboa e a 4.ª transportadora na ligação à região do Porto e Norte”, disse o secretário regional, mencionando que o voo direto com Nova Iorque, “depois de uma primeira experiência sazonal, passou a operar o ano todo” e “está a correr muito bem”, com a previsão de 10 mil lugares em 2023.
Outro aspeto abordado foi a situação do aeroporto da Madeira, “o único em Portugal” que teve um “registo positivo no movimento de passageiros, comparativamente a igual período de 2019”, no primeiro semestre deste ano, com 3.251.971 passageiros até outubro.
“É expectável que seja ultrapassada a marca de quatro milhões até ao final do ano”, frisou Eduardo Jesus, salientando que o executivo está “empenhado em manter este ritmo de trabalho” e que a promoção do destino Madeira tem “um dos maiores orçamentos de sempre”, na ordem dos 16 milhões de euros.
O governante indicou que já foi lançado o concurso para a aquisição dos equipamentos de medição dos ventos no Aeroporto da Madeira, estando a região a “aguardar que seja anunciada a empresa vencedora e consequente instalação”.
Durante a sessão, o secretário regional indicou que “1,2% do total do investimento do Orçamento Regional se destina à cultura” e garantiu que “a dinâmica dos eventos culturais na região, que em 2022 foi retomada integralmente, será reforçada em 2023”.
Pelo PS, o maior partido da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares no hemiciclo), Mafalda Gonçalves considerou que a cultura é “o parente pobre deste orçamento”, ficando a “verba muito abaixo da dotação inicial”.
A socialista recordou que ficaram por cumprir as promessas da criação de um museu da música tradicional e a Casa do Max (cantor madeirense).
O Orçamento Regional para 2023 afeta mais 44,8 milhões de euros para as áreas do turismo e cultura do que o documento de 2022.