“O grande sucesso da política do mar está na região [Autónoma da Madeira]”, disse Miguel Albuquerque na sessão de abertura do Dia do Empresário.
Este é um evento promovido nos últimos 17 anos pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), subordinado este ano ao tema "A Economia sem Fronteiras” que reúne, segundo a organização, cerca de mil participantes, e conta com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
O primeiro-ministro, António Costa, também vai estar no jantar de encerramento deste programa, depois de uma reunião prevista com o chefe do executivo madeirense na presidência do Governo Regional, a Quinta Vigia.
Dirigindo-se à ministra do Mar, o governante insular salientou que o Registo de Navios Madeira “é um orgulho de Portugal no Atlântico”, sendo o terceiro a nível europeu e quer “caminhar para ser o primeiro”.
“Há questões burocráticas a resolver, como autorização da guarda armada dos navios”, indicou, perspetivando que a ministra “irá tomar decisões fundamentais, porque é importantíssimo que o país e a região consubstanciem o Registo de Navios à afirmação de Portugal enquanto potência marítima”.
Miguel Albuquerque também referiu a importância da Madeira na área da produção de aquicultura a nível nacional, vincando que a região reúne condições para ter “investigação científica” e quer “reforçar a sua componente tecnológica” numa política de aproveitamento das suas potencialidades marítimas.
“A Madeira tem uma política do mar que não é conversa fiada, e dossiers, que pode ser observada ‘in loco’”, realçou.
O governante deste arquipélago argumentou ainda que “os madeirenses, sofreram ao longo da história iniquidades, injustiças e prepotências que foram muitas vezes resultado da passividades e cumplicidade relativamente ao centralismo”.
Concluiu que “no presente e no futuro” os madeirenses “não têm de pedir desculpa a ninguém” por serem quem são, “um povo autónomo, insular, parte matricial da Nação Portuguesa”.
Por outro lado, a presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), Cristina Pedra, avisou para a necessidade de criar medidas para salvaguardar o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) e o Registo Internacional de Navios (MAR), no sentido de sustentar o crescimento da economia madeirense.
“É fundamental fazermos um crescimento sustentado para o futuro e não podemos deixar de pôr aqui a primeira bandeira, que é a aposta inequívoca no Centro Internacional de Negócios da Madeira”, afirmou Cristina Pedra, alertando também a ministra do Mar para a necessidade de assegurar a sua competitividade.
A responsável vincou que, para o efeito, é necessário um “conjunto de medidas fáceis, outras mais complexas”, bem como “internacionalizar mais os serviços”.
Cristina Pedra destacou, por outro lado, o facto de os dados do turismo, o principal setor da economia regional, apontarem para uma derrapagem em 2018, depois do sucesso alcançado em 2017, o melhor ano de sempre, onde a taxa de ocupação hoteleira foi superior a 70%.
“Os indicadores deste ano começam a derrapar de forma descendente e a mostrarem muita preocupação e nós temos que injetar valores muito mais elevados na promoção do destino Madeira”, afirmou, alertando para a retoma do turismo na bacia do Mediterrâneo.
A presidente da ACIF referiu ainda como indicadores preocupantes os problemas relacionados com a inoperacionalidade do Aeroporto Internacional da Madeira devido os ventos e com o “número atroz” de cancelamentos de voos por razões operacionais por parte das companhias TAP e Easyjet.
LUSA