“A minha lógica é muito simples: eu, em 2022, aceitei um trabalho até 2026. Portanto, não vejo razão agora para o rejeitar”, afirmou Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, após ter participado numa iniciativa sobre jornalismo no âmbito do 5.º Congresso dos Jornalistas.
Santos Silva ressalvou contudo que há um “conjunto de variáveis” que vão determinar quem vai ser o próximo presidente do parlamento, entre as quais a sua própria vontade, a decisão do seu partido, mas também “do eleitorado”.
“A vontade determinante aqui é mesmo a vontade do eleitorado e temos de ser bastante humildes agora porque se trata de influenciar, primeiro, e depois respeitar a vontade do eleitorado”, afirmou.
Questionado se teme que o processo de elaboração de listas de candidatos a deputados no PS possa ser alvo de críticas internas, designadamente de concelhias, como foi no PSD, Santos Silva disse não ter “a mínima dúvida de que vai ser um processo absolutamente pacífico”.
“O PS não é um partido que faz purgas, de ajustes de contas. Não há no PS esta lógica de uma vez a banca parlamentar que se constitui estar toda virada a norte e, no próximo momento, vira a toda a leste. Todos os pontos cardeais são admitidos e integrados no PS”, assinalou.
Para Santos Silva, a razão disso prende-se com o facto de o debate da disputa pela liderança do PS já ter sido feito.
“Esse debate concluiu-se, agora a liderança é a liderança de todos. Todos estamos unidos e determinados em ganhar as próximas eleições”, referiu.
Interrogado se considera que os partidos deveriam discutir mais sobre política internacional no âmbito da campanha eleitoral, depois de o Presidente da Ucrânia ter hoje pedido mais apoio internacional em Davos, Santos Silva respondeu que não lhe parece.
O presidente do parlamento indicou que as campanhas eleitorais são momentos em que os partidos procuram “marcar diferenças”.
“Acontece que, entre os dois principais partidos que disputam a vitória nas próximas eleições, em matéria de política internacional são mais as semelhanças do que as diferenças. Portanto, é natural que a política internacional não seja um dos pratos fortes de uma campanha eleitoral”, disse.
Sobre a Ucrânia, Santos Silva disse que não há a “mínima dúvida” de que Portugal e todos os seus órgãos de soberania estão unidos no apoio ao país.
Lusa