No discurso de encerramento do 41.º Congresso Federal do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), a decorrer em Sevilha, e perante 7.000 pessoas, Sánchez afirmou que, depois de mais de uma década como secretário-geral e quase sete anos como presidente do Governo, nos últimos meses meditou muito sobre o que fazer com a sua vida, se deveria dar um passo para o lado ou atrás.
Relatou que, depois de falar muito com a sua família – “porque também são vítimas do ódio dos odiadores profissionais”, disse -, concluiu que cada um, na sua área de responsabilidade, o que tem de fazer “é dar um passo em frente, não dar um passo para o lado ou um passo atrás”.
Sánchez adotou um tom solene para enviar uma mensagem de otimismo aos socialistas face ao “cinzentismo” da direita e da extrema-direita, e negou que o seu partido esteja fraco neste momento.
No seu discurso, reiterou que a receita para enfrentar a direita e a extrema-direita é governar. “Para cada um dos seus ataques, haverá uma nova política progressista aprovada no Boletim Oficial do Estado [equivalente ao Diário da República]”, prometeu.
Sánchez, que lidera o partido desde 2017 (tendo já estado à frente do PSOE entre 2014 e 2016), e a lista de 54 nomes que propôs para a comissão executiva do partido receberam os votos de cerca de 90% dos 1.028 delegados votantes.
O líder socialista fez uma única referência à equipa aprovada no conclave, sublinhando que a sua única prioridade é “ganhar de novo” as eleições municipais, regionais e gerais de 2027, pondo fim aos governos “negacionistas”.
“Fizemo-lo em 2019, voltámos a fazê-lo em 2023 e vamos voltar a fazê-lo em 2027, com um novo mandato progressista para Espanha para culminar uma década de avanços sociais de que o nosso país precisa”, garantiu, entre aplausos de militantes e dirigentes socialistas.
Sánchez vangloriou-se do trabalho realizado pelo seu Governo e afirmou “categoricamente” que a Espanha “está a viver um dos melhores momentos da sua história” e que os socialistas espanhóis são uma referência na Europa e no resto do mundo.
Por isso, apelou a toda a família socialista para que continue neste caminho, embora tenha admitido que os objetivos perseguidos “não são fáceis de alcançar”, entre outras razões devido à complicada “aritmética parlamentar” e à “oposição mais desleal da Europa”.
O chefe do executivo aproveitou a ocasião para fazer um anúncio governamental: a criação de uma grande empresa pública de habitação, que será responsável pela construção e gestão das habitações da Administração Geral do Estado.
A tradicional entoação da Internacional pelos participantes, na sua maioria de punho erguido e pulseiras com luzes vermelhas acesas por um sistema telemático, encerrou o conclave de Sevilha, convocado sob o lema “A Espanha avança à esquerda”.
Lusa