A equipa “está detida na cidade Mangush, 20 quilómetros a oeste de Mariupol”, disse à agência de notícias AFP a porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Caitlin Kelly, através de ‘e-mail’.
“A equipa foi detida na segunda-feira [hoje] enquanto realizava atividades humanitárias para ajudar a estabelecer um corredor de evacuação seguro para civis”, indicou.
Caitlin Kelly salientou que a equipa terá sido retida pela “polícia” naquela cidade controlada pelos militares do Kremlin.
“O CICV teve contacto direto com os nossos colegas e está a conversar com todas as partes para esclarecer a situação e permitir que retomem o seu trabalho humanitário”, acrescentou.
Mariupol está devastada após um cerco de mais de um mês pelo Exército russo, que deixou a população abandonada, em condições terríveis.
Há vários dias, russos e ucranianos rejeitam a responsabilidade pelas dificuldades encontradas nas evacuações de Mariupol para Zaporijia, mais de 200 quilómetros a oeste.
Mariupol está “90%” destruída e “40% da sua infraestrutura” é “irrecuperável”, anunciou hoje o presidente da Câmara daquela cidade, Vadim Boïtchenko.
De acordo com o autarca, “cerca de 130 mil habitantes” ainda estão presos na cidade, que antes do início da invasão russa tinha quase meio milhão de habitantes.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.