Imagens de satélite Maxar, recolhidas na sexta-feira e divulgadas hoje, mostraram uma caravana militar a ir para o sul, para Donbass, através da cidade ucraniana de Velykyi Burluk.
Mais de seis semanas após o início da invasão, a Rússia retirou as suas tropas da parte norte da Ucrânia, em torno de Kiev, e voltou a concentrá-las no leste do país.
Analistas militares ocidentais disseram que um arco de território no leste da Ucrânia estava sob controle russo, de Kharkiv – a segunda maior cidade da Ucrânia –, no norte, a Kherson no sul.
Os analistas acreditam que as forças ucranianas estão a ameaçar o controle russo de Kherson e a repelir ataques russos em outras partes do Donbass, uma região industrial e onde a maioria da população fala russo.
O assessor da Presidência ucraniana Mykhailo Podoliak disse que a Ucrânia está preparada para travar uma "grande batalha" no leste do país, um alvo que considera prioritário para a Rússia e onde a retirada de civis continua, com receio de uma ofensiva iminente.
O Estado-Maior do exército ucraniano disse no sábado que "o inimigo russo continua a preparar-se para intensificar as suas operações ofensivas no leste da Ucrânia e assumir o controle total das regiões de Donetsk e Lugansk", em Donbass.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.