A resposta foi comunicada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante o seu briefing diário.
“Um encontro desses deve ser o resultado de acordos concretos entre as duas delegações”, russa e ucraniana, especificou Dmitri Peskov, durante a conferência de imprensa.
A resposta do Kremlin vai no mesmo sentido da decisão de Vladimir Putin, há duas semanas, de não se deslocar a Istambul, na Turquia, para um encontro com a delegação ucraniana.
Entretanto, a Rússia adianta que já propôs à Ucrânia uma data e local para novas negociações de paz. Segundo o MNE russo, Sergei Lavrov, a nova ronda de negociações decorreria a 2 de junho.
Face à nega para o encontro presencial nos agendamentos da capital económica da Turquia, Zelensky tinha sugerido a possibilidade de um formato a três, com o presidente americano Donald Trump: “Se Putin não se sentir à vontade com uma reunião bilateral, ou se todos desejarem uma reunião trilateral, isso não me incomoda”, adiantou o presidente ucraniano, acrescentando estar “preparado para qualquer formato”.
Volodymyr Zelensky propôs a reunião trilateral para fazer avançar as negociações de paz sobre a guerra na Ucrânia, e apelou ao mesmo tempo a Washington para que imponha novas sanções aos interesses de Moscovo.
Por seu lado, a Rússia disse que anunciará em breve nova ronda de negociações diretas com a Ucrânia.
O emissário especial norte-americano para a Ucrânia, Keith Kellogg, disse que essas negociações se realizariam “provavelmente” em Genebra, mas o Kremlin destacou na quarta-feira que nenhuma decisão foi tomada, garantindo entretanto ter em preparação e “nas etapas finais” um “memorando” a ser comunicado a Kiev para expor as condições russas de um acordo de paz duradouro.
Já esta quarta-feira, enquanto Volodymyr Zelensky procura em Berlin o reforço do apoio alemão, num encontro com o novo chanceler, Friedrich Merz, o chefe da delegação da Rússia nas negociações de paz sobre a Ucrânia, Vladimir Medinsky, fez saber que já enviou propostas à Ucrânia com data e local para trocar memorandosdas condições para parar os combates.
Vladimir Medinsky acrescentou no Telegram que esperava uma resposta e que a delegação da Rússia estava pronta para se encontrar cara a cara com os seus homólogos ucranianos na próxima semana. Em última hora, sabe-se que a Rússia afirma estar pronta para apresentar um memorando de acordo de paz à Ucrânia logo na segunda-feira, 2 de junho.
“O lado russo, conforme acordado, elaborou prontamente um memorando relevante, que expõe a nossa posição sobre todos os aspetos para superar de forma fiável as causas profundas da crise”, declarou Sergei Lavrov, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros.
A delegação russa liderada por Vladimir Medinskiy está preparada para apresentar o memorando ao lado ucraniano e para fornecer os esclarecimentos necessários durante a segunda ronda de negociações diretas em Istambul, acrescentou o chefe máximo da diplomacia russa.
Dessas condições para a assinatura da paz, o Kremlin fez saber ao início da tarde que Vladimir Putin exigirá – para parar a guerra – que os líderes ocidentais se comprometam por escrito a parar a expansão da NATO a Leste e a suspender uma parte das sanções contra a Rússia.
c/ agências