Segundo dados operacionais recolhidos pela Nord Stream AG, empresa gestora da infraestrutura, com sede na Suíça, todas as indicações para cada faixa horária durante o dia de hoje estão a zero.
A Gazprom, que controla o gasoduto que liga a Rússia à Alemanha sob o Mar Báltico, cumpre assim o anúncio feito na sexta-feira de que pararia "completamente" o fornecimento de gás através do Nord Stream devido a "fugas de óleo" detetadas numa turbina durante a operação de manutenção da única unidade compressora que ainda estava em funcionamento.
Devido a esta operação de manutenção, o gasoduto — vital para os fornecimentos à Europa – deveria ter ficado inativo durante três dias e retomar hoje a operação, pelas 04:00 de Moscovo (01:00 GMT).
Esta retoma seria feita nos níveis anteriores, ou seja, a 20% da sua capacidade, ou 33 milhões de metros cúbicos por dia, algo que não acabou agora por não acontecer, com a Rússia a alegar que a fuga de óleo não garante uma operação segura.
Segundo assegura a Gazprom, a eliminação completa das fugas de óleo na turbina "só é possível" numa fábrica especializada do fornecedor alemão Siemens.
No entanto, a empresa alemã garantiu que não há motivos técnicos para parar o gasoduto, pois normalmente esse tipo de fugas não afeta o funcionamento de uma turbina e pode ser vedado ‘in loco’, numa operação de rotina.
Da mesma forma, a União Europeia também não acredita no motivo avançado para o corte de gás, classificando-o como uma "falácia".
A Gazprom tem reduzido o gás fornecido via Nord Stream nos últimos meses e em julho já tinha feito trabalhos de manutenção durante 10 dias, tendo depois retomado as entregas com um nível mais limitado.
No contexto de guerra na Ucrânia, a energia tem estado no centro de um braço-de-ferro entre Moscovo e os países ocidentais, que acusam a Rússia de utilizar o gás "como uma arma".