“A relação entre a Região Autónoma da Madeira e a dos Açores está bem e recomenda-se ao nível da forma e da substância”, disse o chefe do executivo açoriano, no final da Cimeira Madeira/Açores, que terminou hoje no arquipélago madeirense.
Vasco Cordeiro (PS) salientou que esta visita da comitiva açoriana à Madeira “permitiu aprofundar” vários projetos que tiveram início há dois anos – quando o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), esteve nos Açores, numa primeira cimeira – e evidenciou que “ambos os governos não perderam nem o ímpeto, nem a vontade de seguir um caminho de parceria privilegiada”.
Este diálogo, acrescentou, “permitiu abrir novas áreas de cooperação” em vários níveis: na ciência (sobretudo em relação ao mar), na cultura (“em especial no que tem a ver com a prática musical”) ou nas comunicações, nomeadamente em relação ao desafio que é a “garantia e fiabilidade” através dos cabos submarinos.
O governante açoriano destacou que esta cooperação se estende igualmente ao domínio do voluntariado jovem, considerando que o protocolo assinado no âmbito desta segunda cimeira nesta matéria é “uma das pedras angulares da perenidade” do relacionamento entre as duas regiões autónomas.
Este acordo, sublinhou, permite aos jovens dos dois arquipélagos um “conhecimento mais próximo, mais efetivo, mais aprofundado daquela que é a realidade” de ambos, constituindo, no seu entender, “uma aposta na juventude” e o “lançar de alicerces para que a parceria privilegiada entre a Madeira e os Açores tenha futuro”.
Outro aspeto que o presidente açoriano salientou da declaração conjunta hoje assinada refere-se à vontade de “enfrentar desafios em conjunto” aos níveis do país e da Europa.
Como exemplos, apontou, “no âmbito europeu, o processo de definição do próximo Quadro Comunitário de Apoio” e as discussões relativas em torno da Política de Coesão.
A nível nacional, Vasco Cordeiro referiu o processo de descentralização de competências lançado pelo Governo da República, sublinhando que “no caso dos arquipélagos dos Açores e da Madeira há uma realidade que não pode deixar de ser atendida e tem a ver com a existência do poder regional”.
Vasco Cordeiro vincou que desta visita, que teve início na terça-feira, sobressai ainda “uma consciência muito nítida por parte de ambas as regiões autónomas da importância desses desafios, da disponibilidade para em conjunto trabalharem para vencê-los e transformá-los em fatores de oportunidade” para os povos dos dois arquipélagos.
Por isso, os seis protocolos celebrados e a declaração conjunta que saíram desta cimeira “não se esgotam o potencial imenso que esta relação entre os Açores e a Madeira tem”.
“O objetivo não é formatar esse potencial de relação entre Açores e a Madeira apenas a uma relação política, mas fazer com que essa relação seja um acréscimo de impulso, de motivação, de incentivo para uma relação que se quer cada vez mais alicerçada na sociedade, na economia, na partilha de valores, de interesses comuns”, afirmou.
LUSA