"A proposta da Comissão reduz os cofinanciamentos, que passam no global de 85% para 70%, e isso exige um esforço para muitas das regiões incomportável", advertiu Miguel Albuquerque durante a apresentação da Assembleia Geral da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas (CRPM), que decorre no Funchal nos dias 18 e 19 de outubro.
Nesta conferência de imprensa, Albuquerque estava acompanhado por Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores e da CRPM.
O governante madeirense vincou que a versão preliminar do futuro quadro comunitário de apoio "não é uma boa notícia" para as regiões, considerando que haverá cortes no Fundo de Coesão, um instrumento que diz ser "fundamental e basilar" no processo de esbatimento de assimetrias entre as periferias e o centro da Europa.
Miguel Albuquerque lembrou, por outro lado, que a Assembleia Geral da CRPM se realiza pela terceira vez na Madeira e ocorre num "momento crucial" para o futuro da União Europeia, onde as regiões devem ter um "papel decisivo" na negociação do quadro de apoio para o período de 2021-2027.
"Há, neste aspeto, a necessidade de tomarmos posição, de continuarmos a fazer toda a pressão junto dos Estados, para que estas propostas sejam modificadas", sublinhou.
Por outro lado, o presidente da CRPM, Vasco Cordeiro, explicou que a instituição reúne cerca de 160 regiões de toda a Europa, representando mais de 200 milhões de habitantes, e funciona como "elemento de reflexão e de influência" junto da União Europeia.
"A reunião acontece num momento particularmente importante para a União Europeia, não só quanto às perspetivas financeiras plurianuais 2021-2027, mas também do ponto de vista político, porque temos eleições europeias no próximo ano", disse, adiantando que o encontro na Madeira é "atual e útil" para todas as regiões periféricas e marítimas.
LUSA