O secretário de Estado para a Internacionalização admitiu hoje, no Funchal, que os empresários madeirenses têm razão quando se queixam de não serem informados atempadamente sobre as missões empresariais organizadas ao nível nacional, o que dificulta a sua participação.
"Estamos aqui para debelar algumas dessas questões", disse Eurico Brilhante Dias, sublinhando que a queixa é "naturalmente verdadeira", tendo em conta que "vivemos muito formatados numa lógica continente/regiões autónomas e muitas vezes os bons serviços que desenvolvemos quer num lado quer no outro nem sempre depois estão disponíveis ao conjunto das empresas e dos cidadãos".
O governante falava aos jornalistas na sequência de um encontro com empresários madeirenses, que decorreu na sede da Associação Comercial e Industrial do Funchal/Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, no âmbito da sua visita à região autónoma.
Brilhante Dias vincou que está empenhado em fazer com que a Madeira seja integrada nos programas nacionais de internacionalização de modo a ficar no "radar" dos investidores que procuram Portugal.
"A internacionalização da economia portuguesa é um esforço conjunto que o país precisa para atingir um dos seus objetivos fundamentais, que é, sem aumentar os níveis de endividamento, que permanecem elevados, conseguir criar oportunidade de emprego e projetos de vida para os portugueses", realçou.
O governante reforçou que para tal é fundamental aumentar as exportações e, neste caso, a Madeira tem um "papel importante" sobretudo ao nível do setor do turismo.
Eurico Brilhante Dias reafirmou, por outro lado, que as exportações portuguesas já ultrapassaram os 43% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que o objetivo é atingir os 50% em meados da próxima década.
"A economia portuguesa, do ponto de vista das exportações e importações, deve valer em relação ao comércio mundial aproximadamente 1% (0,5% de importações e 0,5% exportações)", afirmou Eurico Brilhante Dias, vincando que Portugal é atualmente um "contribuinte líquido" para o superávite da zona euro e que nos últimos cinco anos apresentou sempre superávites da balança de bens e serviços.
"Nós definimos um objetivo que é atingir o peso de 50% das exportações no Produto Interno Bruto até meados da próxima década e também temos vindo a definir objetivos de aumento de stock de investimentos diretos estrangeiros para que Portugal possa ter recursos", afirmou.
Brilhante Dias indicou, por outro lado, que a Região Autónoma da Madeira contribuiu em 2017 com um "pequeno superávite" ao nível nacional na ordem dos três milhões de euros.
C/ LUSA