Numa declaração televisiva, no início da sua reunião com o general Zhang Youxia – que é o segundo oficial na hierarquia militar da China e vice-presidente da Comissão Militar Central – o líder russo sublinhou a importância de desenvolver laços militares mais estreitos entre os dois países, argumentando que a cooperação nas esferas de alta tecnologia está no topo das prioridades.
“Refiro-me ao espaço, incluindo ativos de alta órbita, e a novos tipos de armas que garantam a segurança estratégica tanto da Rússia como da República Popular da China”, defendeu Putin, explicando que “a Rússia e a China não estão a construir nenhuma aliança militar baseada nos padrões da Guerra Fria”, mas antes a procurar “estabilizar a situação internacional”.
No ano passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, assumiu amizade “sem limites” com a Rússia e, nos últimos meses, Pequim criticou as sanções ocidentais contra Moscovo e acusou a NATO e os Estados Unidos de provocarem a ação militar da Rússia na Ucrânia.
A Rússia, por sua vez, tem manifestado continuamente apoio a Pequim em questões relacionadas com o conflito sobre Taiwan.
Em março, Xi Jinping visitou Moscovo, para cimentar ainda mais os laços entre os dois países, e Putin viajou até Pequim no mês passado, para uma cimeira sobre a produção de infraestruturas para o ambicioso projeto chinês conhecido como Nova Rota da Seda.
Durante a reunião de hoje com Zhang, Putin acusou a NATO de tentar expandir a sua influência na região da Ásia-Pacífico e explicou que a Rússia e a China estão a responder de “forma calma e equilibrada” e a trabalhar para fortalecer a sua segurança com exercícios militares conjuntos.
Zhang elogiou Putin por resistir à pressão ocidental, dizendo que “a Federação Russa, sob a sua liderança, se mantém firme face às sanções ocidentais”.
Durante uma reunião com o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, no início do dia, Zhang disse que as relações entre a Rússia e a China estão “no mais alto nível”, lembrando que os dois países “invariavelmente apoiam-se mutuamente em questões de importância fundamental”.
“Ao contrário de certos países ocidentais agressivos, não estamos a criar um bloco militar”, disse o general chinês, acrescentando que os laços mútuos “dão um bom exemplo de interação estratégica baseada na confiança e no respeito”.
Lusa