O grupo parlamentar do PSD/Madeira acusou hoje o Estado português de defraudar e desrespeitar os direitos da população do arquipélago, porque não inscreveu qualquer verba no Orçamento para 2018 para a construção do novo hospital da região.
"As promessas feitas quer por António Costa, quer pelos responsáveis e representantes do PS no parlamento nacional, vêm dizer aos madeirenses apenas que são promessas, que são autênticas fraudes e desrespeito pelos direitos e expetativas do povo da Madeira", disse o deputado social-democrata madeirense Carlos Rodrigues, em conferência de imprensa.
O encontro com a comunicação social aconteceu na zona onde está prevista a construção da nova unidade hospitalar, cuja construção tem um custo estimado de 340 milhões de euros, tendo o primeiro-ministro assumido, no decorrer de uma visita que efetuou à Madeira, que o Estado iria custear metade da obra.
Carlos Pereira salientou que a iniciativa visava "denunciar" o que para os deputados do PSD/Madeira é "mais uma desconsideração em relação às pretensões do povo da Madeira nesta matéria".
"António Costa prometeu, até de forma solene, que Estado português apoiaria a construção do novo hospital, dizendo mesmo que era um projeto de interesse comum, [um] projeto nacional", recordou o parlamentar insular.
Contudo, apontou que "nos últimos dois Orçamentos de Estado essas promessas não se materializaram".
Carlos Rodrigues referiu que, em 2017, a proposta de Orçamento do Estado fez "uma referência à constituição de grupo de trabalho", opinando que "a vontade era tanta" que esta medida apenas foi "uma forma de protelar e adiar decisões", visto que o mesmo só foi criado "11 meses depois da promessa e inscrição no Orçamento".
O deputado social-democrata madeirense complementou que foi "relevador das reais intenções e da vontade do Estado português em apoiar este projeto na Madeira", o facto de integrarem este grupo dois elementos que "fizeram parte do Conselho de Finanças Públicas que chumbou este projeto como sendo de Interesse Comum".
"Em 2018, voltamos a constatar que o OE não traz qualquer referência ao hospital, o que para além do desalento é a defraudação das expetativas e direitos do povo da Madeira", sublinhou.
Carlos Rodrigues acrescentou que além desta questão do novo hospital, a proposta do OE para 2018 também faz "zero referências no que diz respeito ao pagamento das dívidas que ascendem a 16 milhões de euros dos subsistemas de saúde", relacionada com os serviços prestados aos agentes da PSP, militares da GNR e ADSE.
O parlamentar do PSD/Madeira realçou que estes serviços prestados pelo Sistema Regional de Saúde da Madeira "têm de ser pagos pelo Estado Português", o que ainda não foi feito "no ano passado e este ano".
"E a cada ano esse valor aumenta e faz com que a situação do SESARAM encontre mais dificuldades pelo não pagamento destas dívidas", argumentou.
Por isso, concluiu que existe "um Estado que promete e sistematicamente falha com as promessas, que mente deliberadamente aos madeirenses e não respeita minimamente as expetativas em relação a esta área da saúde".
LUSA