"Não posso aceitar que sistematicamente se queira vender aos madeirenses e porto-santenses a ideia que temos um Governo da República hostil, quando sabemos muito bem que há negociações para a resolução dos dossiês", disse o líder socialista, após uma audiência com o presidente do Governo Regional da Madeira, o social-democrata Miguel Albuquerque.
Emanuel Câmara, que substituiu Carlos Pereira na liderança do partido em janeiro de 2018, deslocou-se à Quinta Vigia – residência oficial do executivo madeirense – para apresentar cumprimentos, tendo antes feito o mesmo num encontro com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, no Palácio de São Lourenço.
"É importante que o Governo Regional se concentre em resolver os problemas dos madeirenses, porque o contencioso, que por vezes se quer levantar, arranjando um inimigo externo na República, não faz qualquer sentido", afirmou, realçando que o executivo "que ainda está a gerir os destinos da região" deve dar prioridade às áreas da saúde, da educação e do ambiente.
Emanuel Câmara, que também é presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, no norte da Madeira, disse, por outro lado, que o governo socialista do primeiro-ministro António Costa está empenhado em resolver dossiês fundamentais para a região como o subsídio de mobilidade, a construção do novo hospital e os juros da dívida pública.
"Estamos em sintonia com o Partido Socialista ao nível da República e o Governo socialista está concentrado na resolução dos problemas do país, onde se incluem os problemas da região", assegurou.
O líder do PS/Madeira salientou, por outro lado, que o partido está empenhado em participar num "consenso alargado" no âmbito da revisão do Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma, porque se trata de um "documento fundamental" para a afirmação da autonomia.
LUSA